Documentos secretos da Câmara dos Deputados de 1947 a 1976, agora tornados públicos, revelam que em março de 1968 o ministro da Aeronáutica, Marcio de Souza e Mello, informava que a FAB estava “praticamente desprovida de equipamentos para a defesa aérea”. A informação foi dada como resposta  a um questionário enviado pela Câmara dos Deputados.

O Poder Aéreo lembra aos leitores que, naquela época, o “Esquadrão Pampa” (1º/14ºGAV), de Canoas, já havia desativado seus caças F-8 (Gloster Meteor, comprados novos da Inglaterra) e voava treinadores com capacidade de ataque do tipo TF-33 (imagem do alto, com as cores do esquadrão) e AT-33 da Lockheed, recebidos usados dos EUA naquela década.

Os esquadrões “Jambock” e “Pif-Paf” (na foto abaixo, um Meteor com as cores deste último) do 1º Grupo de Aviação de Caça, de Santa Cruz, terminariam naquele ano de 1968 de desativar seus F-8,  reequipando-se também com os AT-33/TF-33.

Ao memos, pode-se dizer que essa história teve um “final feliz” após atingir um de seus pontos mais baixos em 1968: o reequipamento que se planejava à época acabou vingando e a FAB criou uma nova unidade para operar jatos supersônicos (Mirage III, na “1ª ALADA”, que depois foi desmembrada em Base Aérea de Anápolis e 1º Grupo de Defesa Aérea) e reequipou os três esquadrões de Santa Cruz e Canoas com o F-5 Tiger II, também supersônico. Repare no alto do documento (informação infelizmente encoberta de forma parcial pelo destaque ao nome do deputado) que há menção a esse plano, citando-se algumas aeronaves desejadas.

No total, até o início de 1976 (oito anos depois da data do documento acima) haviam sido recebidos nada menos do que 58 jatos supersônicos comprados no exterior, equipando quatro esquadrões da primeira linha, aos quais se somavam quase o dobro desse número em subsônicos de treinamento e ataque (Xavante) montados no Brasil e ainda em incorporação à época em outros esquadrões, da segunda linha.

Vale a pena clicar no primeiro link, logo abaixo, para saber mais sobre a correlação de aviões de combate entre a Força Aérea Brasileira e a Força Aérea Argentina, rival histórico no quesito comparativo de Forças Armadas, ao longo da era do jato (o que inclui a época do documento em questão). Clique nos demais links para outras matérias sobre assuntos relacionados.

FONTE: O Globo, País, página 3, domingo, 10.03.2013 / COLABOROU: Gérsio Mutti

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