Beechcraft vai tentar bloquear contrato do Super Tucano nos EUA

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Questão estaria relacionada a preço mais alto em relação à oferta do AT-6 Texan II

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Segundo nota da Flightglobal publicada nesta sexta-feira, 8 de março, a empresa aeronaútica norte-americana Beechcraft está entrando com um protesto contra o contrato concedido à Sierra Nevada/Embraer, pela Força Aérea dos EUA (USAF) para o fornecimento de aviões de ataque leve destinados às Forças Armadas do Afeganistão.

O protesto que deu entrada no GAO (US Government Accountability Office) deverá colocar o programa LAS (light air support – apoio aéreo leve), para o qual concorreu, novamente na mira das questões legais. O mesmo contrato foi concedido à Sierra Nevada/Embraer há um ano, mas foi cancelado após a USAF descobrir irregularidades no processo de aquisição.

Agora, a Beechcraft quer saber por que a USAF selecionou o Embraer A-29 Super Tucano  apesar do mesmo custar 40% mais do que uma oferta baseada no AT-6 Texan II. Bill Boisture, diretor executivo da Beechcraft, afirmou que continua preocupado em relação a “erros significativos” no processo de avaliação da USAF, apesar de não dar detalhes.  “A Força Aérea precisa tomar a decisão certa para a nação e seus futuros aliados”, disse Boisture. A Embraer não estava imediatamente disponível para comentar a decisão da Beechcraft.

Para as duas empresas, o contrato foi considerado estratégico. Para a Embraer, representa uma rara chance de entrar na cadeia de suprimentos do Departamento de Defesa dos EUA. No mês passsado, a Beechcraft considerava a conquista do contrato como ponto “crítico” para os planos de emergir com sucesso do processo de proteção falimentar. Um sindicato, a “International Association of Machinists and Aerospace Workers” (IAM) está apoiando o protesto da  Beechcraft, alegando que a escolha da aeronave projetada no Brasil poderia levar à perda de empregos no setor aeroespacial dos EUA. O presidente da IAM, Tom Buffenbarger, afirmou: “Precisamos estar muito atentos quando  o dinheiro do contribuinte norte-americano é usado para criar centenas de empregos num país estrangeiro. Precisamos nos mostrar ultrajados quando a perda desses empregos ameaça interesses vitais da economia e da segurança dos Estados Unidos”.

FONTE: Flightglobal (tradução e edição do Poder Aéreo a partir de original em inglês)

IMAGENS: Builtforthemission e MissionreadyAT-6 (sites de divulgação dos concorrentes nos EUA)

COLABOROU: Clésio

NOTA DO EDITOR: abaixo, segue tradução de nota divulgada pela Beechcraft nesta sexta-feira, 8 de março, no site “Mission Ready AT-6” (clique no link para acessar original em inglês).

“A Beechcraft Corporation anunciou hoje que vai protestar formalmente ao ‘U.S. Government Accountability Office’ (GAO) quanto ao contrato do ‘Light Air Support’ (LAS – apoio aéreo leve) recentemente concedido pela Força Aérea dos Estados Unidos (USAF) ao seu competidor brasileiro, a Embraer.

O diretor executivo Bill Boisture da Beechcraft disse que “após reunião de informações com a Força Aérea no início dessa semana, ficamos muito perplexos com a decisão. Nossa crença de que temos o melhor avião foi confirmada pela Força Aérea classificando nossa aeronave como ‘excepcional’ e pelo fato de que temos a solução de menor custo, o que foi confirmado pelo anúncio público da USAF.” No ano passado, uma investigação da Força Aérea encontrou evidência de viés em relação à Embraer, baseada no Brasil, e sua parceira baseada em Nevada, a Sierra Nevada (SNC), o que levou à decisão de reiniciar a competição. Apesar da tentativa posterior da SNC de forçar a decisão enviesada, a juíza Christine O.C. Miller da Corte de Apelações Federais (U.S. Court of Federal Claims) escreveu em 1º de novembro de 2012 uma opinião de que, baseado na evidência de viés decorrente da investigação, “a decisão da Força Aérea de cancelar o contrato concedido à SNC e solicitar novas propostas foi razoável e racional, e deve ser mantida”.

Boisture disse que “simplesmente não entendemos como a Força Aérea pode justificar gastar 40% mais – ou mais de 125 milhões de dólares adicionais – no que consideramos ser o avião menos capaz. Dada a nossa experiência do ano passado e nossa continuada e forte preocupação de que novamente há erros significativos no processo e avaliação dessa competição, não nos resta outro recurso além de entrar com um protesto no GAO. A Força Aérea precisa tomar a decisão certa para a nação e nossos futuros aliados.”

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