Rússia perde mercado na Ásia e no Oriente Médio, mas ganha novos na África e na América Latina
A Rússia está perdendo parte do seu mercado de defesa na Ásia e no Oriente Médio, dois de seus redutos tradicionais, mas ganhando novos na América Latina e na África, disse um funcionário da indústria de defesa russa esta semana à frente de uma exposição de aviação na Índia, um grande comprador de armamento russo que recentemente optou por hardware ocidental.
“Embora exista a perda [de alguns], há também novos mercados, como a Venezuela, por exemplo”, disse Alexander Fomin, chefe do serviço da Rússia de Cooperação Federal Técnico-Militar, que lidera a delegação da Rússia na AeroIndia, cuja abertura ocorrerá nesta quarta-feira perto da cidade de Bangalore. “Estamos tomando de volta antigos e esquecidos mercados da era soviética, como o Peru, por exemplo, na África -. Mali, Gana, Tanzânia, Uganda. Na Ásia – Omã”, disse ele.
Fomin admitiu que a Rússia havia perdido uma série de clientes devido a eventos recentes no Oriente Médio e no Norte da África. “Isso está ligado aos conflitos e às guerras que ocorrem lá. A cooperação com a Líbia parou temporariamente, e há uma queda nas entregas para o Egito e Irã; nosso trabalho com a Síria está sendo impedido. Isso é um fato. Perdemos Iraque e quase perdemos o Afeganistão “, disse à RIA Novosti, em entrevista nesta segunda-feira.
Fomin disse que a qualidade dos produtos diminuiriam, mas isto de forma generalizada, não apenas para a Rússia.
“Há uma queda na qualidade, e isso se aplica a nossos principais concorrentes também. É exatamente o mesmo. Mas essas são questões pontuais, ocasionais e solucionáveis”, disse ele, acrescentando que a fabricação de produtos russos permanece muito mais barata do que a sua contra parte ocidental.
Os comentários Fomin, surgem depois que a Índia, tradicionalmente compradora de armamento da União Soviética e depois da Rússia, assinou uma série de acordos nos últimos anos com os Estados Unidos e nações da Europa Ocidental para novos sistemas de combate, em detrimento de sistemas russos.
Isso inclui os aviões de transporte Boeing C-17 Globemaster e Lockheed Martin C-130J, helicópteros de ataque Boeing AH-64 Apache e de transporte Boeing CH-47 Chinook, aviões de vigilância marítima Boeing P-8 Poseidon e um acordo de US4 10 bilhões com França para a compra de caças Rafale. Nova Delhi também comprou da BAE do Reino Unido Sistemas treinamento Hawk, e no mês passado selecionou o Airbus A330 no lugar do Ilyushin Il-78 para aeronave de reabastecimento aéreo.
A Índia se tornou a maior compradora de armas do mundo em 2012, de acordo com o Stockholm International Peace Research Institute (SIPRI), que acompanha as vendas de armas. No início o SIPRI estimou que “a Índia havia recebido 9% do volume de transferências internacionais de armas durante 2006-2010, sendo que as entregas russas representam 82%” das suas importações.
Vendas de armas russas no exterior superaram US$ 14 bilhões em 2012, disse o presidente Vladimir Putin em dezembro. A Rússia reportou a venda de armas de US$ 13,2 bilhões em 2011, o suficiente para manter sua posição como segunda exportadora de armas no mundo, atrás apenas dos Estados Unidos.
FONTE: RIA Novosti (tradução e edição do Poder Aéreo, baseado no original em inglês)