Se arrependimento matasse…
Conforme informado, os caças possuíam, em média, 2700 horas e deveriam passar por um IRAN (processo de inspeção estrutural e substituição de peças se necessário) que elevaria a vida da célula para 4000 horas.
A proposta incluía a substituição dos motores por novos P&W F100-220E. Os radares seriam o APG-66 e boa parte dos sistemas de comunicação e navegação seria renovada. Mas um programa de modernização tipo MLU não estava incluído e poderia ser contratado posteriormente. Ventilou-se até mesmo a possibilidade de modernização de aviônicos compatíveis com o F-5M.
Estimva-se um período de 18 meses até que as aeronaves e as tripulações atingissem IOC (Initial Operational Capability), ou seja, estivessem prontas operacionalmente.
O pacote de 19 aeronaves estava avaliado (valores da época) em US$ 122 milhões, representando um alternativa muito mais barata que os estimados US$ 700 milhões para a aquisição de 12 caças para o GDA (Grupo de Defesa Aérea) como previa o F-X.
Mas se a FAB adquirisse as aeronaves no estado em que se encontravam (sem as melhorias propostas acima), o preço das 19 células cairia para US$ 95 milhões.
Três anos depois o F-X foi cancelado e para substituir os Mirage III do GDA foram encomendados 12 caças Mirage 2000 B/C usados por 60 milhões de euros (sem falar nos 20 milhões em armamentos e equipamentos de apoio e suporte) no estado em que se encontravam.
É óbivo que ninguém naquela época previa o cancelamento do programa F-X e o posterior “embromation” do programa F-X2. Mas comparando as duas propostas, compramos caças usados como tampão que tecnicamente se equivaliam, mas em uma quantidade menor e por um preço maior que o da oferta americana. Se a opção fosse pelos F-16 oferecidos em 2002, o GDA teria que trocar suas aeronaves no final deste ano?
FONTE: dados fornecidos pela RFA nº 28
NOTA DO EDITOR: foi também em 2002 que a FAB noticiou o leasing de 12 caças IAI Kfir por cinco anos por cerca de US$ 91,6 milhões, mas acabou voltando atrás.