MD francês divulga informações e fotos da operação ‘Serval’ em Mali

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Operação foi lançada após pedido das autoridades de Mali e das Nações Unidas – jatos Mirage 2000D e helicópteros Gazelle desdobrados no Chade realizaram ataques e caças Rafale estão de alerta na França – piloto de helicóptero foi atingido por fogo de armas leves e morreu

Em notas divulgadas entre ontem e hoje (11 e 12 de janeiro) o Ministério da Defesa da França informou que lançou uma operação em apoio às Forças Armadas de Mali. A operação, denominada “Serval”, foi lançada em resposta a solicitações de autoridades do país africano e das Nações Unidas, com o objetivo de dar um fim ao progresso de grupos da jihadi no sul de Mali, garantindo também a segurança de 5.o00 cidadãos franceses no país.

A intervenção francesa, segundo a nota, foi iniciada na tarde de 11 de janeiro com uma surtida de helicópteros de ataque Gazelle HOT e com canhões de 20mm, d0 4º regimento de helicópteros de combate (4e RHC), visando interromper a progressão de uma coluna de elementos jihadistas em rota para Konna, próximo à cidade de Mopti. A ação destruiu quatro veículos inimigos, fazendo a coluna recuar.

Apesar do sucesso dos tiros de precisão que destruíram veículos e  impediram a progressão da coluna, os helicópteros foram alvo de disparos de armas leves, e um tiro atingiu um piloto de Gazelle. Ferido, o tenente Boiteux foi evacuado até um posto médico mas sucumbiu aos ferimentos.

Na noite de 11 para 12 de janeiro, quatro aviões de ataque Mirage 2000D do grupamento aéreo do dispositivo “Epervier” (no Chade) conduziram ataques aéreos no norte do país. Para realizar essas missões, os jatos tiveram o apoio de dois aviões reabastecedores C135. Os aviões estavam programados para substituição no local, o que foi adiado, fazendo com que no momento as forças desdobradas somem dois Mirage F1 CR, seis Mirage 2000D, três C135, um C-130 Hercules e um C-160 Transall constituindo a parte aérea do dispositivo Epervier.

Simultaneamente, do Chade, um sub-grupamento de aproximadamente 200 soldados das forças terrestres do dispositivo Epervier se preparou para atingir Bamako, capital de Mali, em aeronaves C-130 e C-160 partindo de N’Djamena. As tropas são constituídas de pessoal do 21º regimento de “infanterie marine” de Fréjus (21e RIMa) e de um pelotão do 1º Regimento de Cavalaria da Legião Estrangeira de Orange (1st REC).

A partir da França, uma companhia do 2º regimento de “infanterie marine” (2nd RIMa) estacionado em Auvours foi designado para Bamako em 12 de janeiro, com a missão de reforçar o dispositivo.

Em coletiva de imprensa do Ministério da Defesa da França realizada hoje (dia 12), foi destacado que o país está engajado na luta contra o terrorismo, onde quer que esteja. Em Mali, a situação é séria e deteriorou-se nos últimos dias, com grupos terroristas aproveitand-se da demora nas decisões internacionais de ajuda militar ao país africano para lançar uma ofensiva no sul. A possibilidade de um estado terrorista no norte da África é vista como uma ameaça à França e à Europa, portanto foi necessário agir antes que fosse tarde demais.

Foi destacada também, na coletiva, a qualidade do trabalho de inteligência que percebeu a tempo os preparativos de ofensiva dos grupos terroristas. Foi informado que além das aeronaves já engajadas, outras estão de alerta na França para qualquer necessidade, especialmente os caças Rafale.

FONTE / FOTOS  / MAPA: Ministério da Defesa da França (compilação, tradução e edição do Poder Aéreo a partir de originais em francês)

NOTA DO EDITOR: no final de dezembro, a França já realizava um grande exercício de apoio aéreo aproximado no Chade (país próximo a Mali onde tradicionalmente os franceses mantém uma presença militar), segundo nota de dias atrás do MD francês, para treinamento de pilotos de Mirage F1 CR e Mirage 2000D do dispositivo Epervier. O exercício envolvia ações de comandos paraquedistas, apoiados pelas aeronaves, num cenário fictício de insurgentes numa vila próxima à capital. Os paraquedistas designavam com laser alvos no solo para ataque dos jatos com bombas guiadas. Exercícios como esse do final do ano passado, envolvendo jatos e visando também o adestramento de tropas que somam 950 militares, são comuns, segundo a nota.

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