Gripen pode ser alternativa futura para a Força Aérea Finlandesa

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Porta-voz do parlamento finlandês sugere padronização das forças aéreas nórdicas com o caça Gripen – mas, para secretário de Defesa, ainda é cedo para se discutir que aeronave substituirá o F-18 Hornet na Força Aérea Finlandesa

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Na quinta-feira passada, ocorreu um curioso caso de notícias sendo replicadas em meios da Suécia e da Finlândia sobre uma declaração dada, em entrevista à MTV3 da Finlândia, pelo porta-voz do parlamento finlandês Eero Heinäluoma. O político social-democrata referiu-se à possibilidade de aquisição futura do caça sueco Gripen, e a notícia ganhou destaque no tablóide Expressen, da Suécia.

Curiosamente, logo depois o site da MTV3 finlandesa já replicava a capa do jornal sueco, trazendo também novas matérias com a repercussão dessa notícia no Departamento de Defesa da Finlândia.

Eero Heinäluoma afirmou:  “A alternativa sueca (de caças) é algo que temos em consideração”. O parlamentar também fez uma alusão aos recentes problemas econômicos do país e à necessidade, no médio prazo, de retomar investimentos em defesa mesmo com essas adversidades: “A Finlândia precisa de uma defesa de credibilidade, e as pessoas devem estar preparadas para investir recursos nisso”.

A proposta de Heinäluoma é aproximar a cooperação dos países nórdicos quanto a defesa e segurança. A Suécia já comprou veículos blindados finlandeses e agora a Finlândia poderia adquirir caças Gripen suecos: “Se os países nórdicos estiverem dispostos a utilizar um só tipo de avião, isso significaria grandes economias em compra, manutenção e operação”, disse o político.

Sobre o assunto, o executivo Eddy de la Motte, diretor de exportação do Gripen na Saab (fabricante sueco do caça), afirmou para o Expressen: “Acreditamos que temos um produto muito bom para a Finlândia. O Gripen E é um produto muito capaz, proporcionando bastante flexibilidade, de forma que a Finlândia pode modificar suas armas de forma independente.” Quanto aos benefícios mútuos, o diretor disse que isso significaria “custos menores tanto para a Finlândia quanto para a Suécia. Seria muito positivo, penso eu.” Porém, o executivo disse que não há conversas formais a respeito, por enquanto.

E a explicação para não haver ainda conversações nesse sentido está na vida útil ainda prevista para os caças F-18 Hornet finlandeses, segundo o secretário do Departamento de Defesa do país, Arto Räty. Em declaração à MTV3 após a repercussão das declarações de Eero Heinäluoma, o secretário Räty informou que o ciclo de vida do Hornet na Finlândia se encerra em 2030. Como processos de aquisição levam aproximadamente 10 anos, apenas em 2020 deverá ser discutida a direção a tomar. Em breve deverá ser iniciado o planejamento do processo de substituição, mas no momento “a discussão sobre o tipo de aeronave não pode nem começar”, disse o secretário.

FONTES: Expressen e MTV3 (compilação, tradução e edição do Poder Aéreo a partir de originais em sueco e finlandês)

FOTOS: Saab e Força Aérea Finlandesa

NOTA DO EDITOR: a informação de que a decisão de um sucessor para os caças Hornet finlandeses só precisa ser feita no início da década de 2020 não é nova. Ela está em boletim divulgado no site da Força Aérea Finlandesa em agosto de 2010, que prevê que a  retirada de serviço dos caças começará em 2025 e que a solicitação de pedidos de informações de possíveis substitutos será feita a partir de 2015.

Sobre a idade e modernidade dos caças F-18 C/D Hornet da Finlândia, o mesmo site traz a informação de que as aeronaves foram recebidas entre 1995 e 2000, em substituição a caças de origem sueca (Saab Draken) e russa (MiG-21). Em dezembro do ano passado, estavam em serviço 55 jatos monopostos (versão C) e 7 bipostos (versão D), e hoje a Força Aérea Finlandesa considera que o modelo está na fase de meia vida.

Os caças passaram relativamente cedo por um programa de modernização denominado MLU-1, finalizado em 2010 e voltado a aprimorar a capacidade ar-ar. Nessa etapa, foi introduzido o míssil AIM-9X (guiado por infravermelho), sistema de mira no capacete, capacidade de mapa móvel indicando a situação tática e um novo IFF (sistema de identificação amigo-inimigo). Desde 2010, está sendo implementado (com prazo previsto de finalização em 2016) o MLU-2, destinado a aprimorar a capacidade ar-solo, introduzir uma versão aprimorada do míssil AMRAAM (guiado por radar, de médio alcance), novas telas no painel e o Link 16 da OTAN para operações conjuntas. Abaixo, foto de aeronave testando novas armas e sistemas incluídos nos programas de modernização.

Discussões antecipadas à parte, caso no futuro o Gripen de nova geração venha a ser cotado e eventualmente escolhido como substituto do F-18 na Finlândia, seria talvez o segundo caso de força aérea operadora de Hornet escolhendo o caça sueco – o primeiro caso é a Suíça. O desenvolvimento do Gripen, a decisão suíça e os acordos com a Suécia vêm sendo assunto na Yle (empresa pública de rádio e televisão da Finlândia)

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