Venda do Typhoon a Omã pode sair neste ano, segundo instituto
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Após abordar brevemente a iminência desse negócio, artigo publicado no IISS foca na possível aquisição do caça europeu pelos Emirados
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Segundo artigo assinado pelo especialistas em assuntos aeronáuticos Douglas Barrie para o ISS (Instituto Internacional para Estudos Estratégicos) e publicado na segunda-feira, 10 de dezembro, o final deste ano pode ser marcado pela venda do Eurofighter Typhoon para um país do Golfo Pérsico: Omã.
Trata-se de um acordo há muito esperado e que pode ser concluído com a compra de 12 unidades, que se somarão à frota existente de F-16 norte-americanos em operação no país. Também há possibilidades de que se consiga uma encomenda maior que a de Omã por parte dos Emirados Árabes Unidos (EAU).
Com orçamentos de defesa decrescentes na Europa e Estados Unidos, os fabricantes de aeronaves de combate estão perseguindo todas as oportunidades de exportação possíveis. Porém, nem a venda a Omã nem aos Emirados está garantida, na medida em que há 12 meses disseminou-se a notícia de que 60 exemplares do caça francês Dassault Rafale estava prestes a ser vendido aos EAU, quando subitamente este declarou publicamente que a oferta da companhia francesa era “impraticável e não competitiva”.
O então presidente francês Nicolas Sarkozy, apesar de seu bom relacionamento com a família real dos Emirados, não foi capaz de contornar a situação e o atual presidente, François Hollande, não parece ter ainda forjado uma relação próxima com o país do Golfo. Também é difícil dizer que efeito terá a situação da Dassault nos Emirados quando seu renomado diretor executivo, Charles Edelstenne, se aposentar em janeiro de 2013.
Por parte do Reino Unido, uma visita do Primeiro-Ministro David Cameron aos Emirados, em novembro deste ano, resultou na assinatura de uma parceria estratégica de defesa, focada no Typhoon e outras não especificadas novas tecnologias – mas isso ainda não é um comprometimento para a compra do caça. Os Estados Unidos permanecem como principal parceiro de defesa dos Emirados, e seus fabricantes de aeronaves continuam a buscar oportunidades por lá, com modernizações nos seus atuais F-16 e compra de mais caças do tipo, e o fabricante do jato, a Lockheed Martin, ambiciona vender o F-35 aos EAU no longo prazo. A Boeing, por seu lado, ofereceu o F-15 e o F/A-18E/F.
Porém, pode haver problemas quanto à aquisição ou integração em jatos norte-americanos de armas pretendidas pelos Emirados, especialmente relacionadas ao míssil “Black Shaheen” (versão do europeu MBDA SCALP/Storm Shadow) operado somente pelos caças Mirage 2000 dos EAU. É possível que sua integração aos F-16 Block 60 dos Emirados ou a qualquer outro avião de combate de origem norte-americana se mostre problemática. Os Estados Unidos ainda precisam aprovar a venda de mísseis antirradar AARGM, que os Emirados têm interesse em usar nos seus F-16.
Assim, continua havendo uma incerteza quanto à liberação de certas armas pelos Estados Unidos aos EAU, que historicamente dividem sua frota entre aeronaves de procedência norte-americana e europeia, evitando se prender a uma fonte única. Juntando todos esses fatores, o mais provável é que a próxima grande compra de caças por parte dos Emirados seja de procedência europeia, desde que o atual processo de venda não sofra o mesmo destino pelo qual passou a negociação do Rafale no ano passado.
FONTE: International Institute for Strategic Studies – IISS (tradução e edição do Poder Aéreo a partir de original em inglês)
FOTO: Eurofighter
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