Recentemente o Poder Aéreo publicou um post com o título “USAF está na unidade geriátrica”. O texto foi traduzido a partir de um artigo do jornal The Washington Post.

No entanto, nós fomos atrás da raiz dessa notícia o texto original foi publicado na edição de novembro-dezembro da tradicional revista Air and Space Power Journal. O texto é de autoria do tenente-coronel Christopher J. Niemi da USAF. Niemi sabe do que está falando. Ele foi um dos oito pilotos que voou o F-22 durante a fase inicial de testes operacionais da aeronave, além de ter comandado o 525th Fighter Squadron na Base Aérea de Elmendorf (Alasca).

Niemi traz uma visão bastante interessante dos motivos que levaram aos sucessivos fracassos dos programas de aquisição de caças táticos nos últimos 20 anos.

Decidimos selecionar um trecho final do texto e traduzí-lo para os leitores do Poder Aéreo.

Embora a furtividade potencialize os sistemas ofensivos, sua maior vantagem está no enorme aumento da capacidade de sobrevivência contra ameaças baseadas no emprego de radares. Consequentemente, a utilidade da furtividade depende da presença dessas ameaças. A insistência na aquisição de somente de caças furtivos (independentemente do custo), a Força Aérea assume que os futuros adversários não terão a capacidade de conter caças furtivos e ignora o fato de que muitas das operações de combate continuam ocorrendo em cenários de baixa intensidade. Por exemplo, caças aliados de quarta geração operaram livremente sobre grandes partes do Iraque (tanto em 1991 como em 2003), Sérvia e Líbia desde o início daqueles conflitos. Hostilidades futuras muito provavelmente continuarão ocorrendo. Segundo esta diretriz os caças furtivos atualmente em operação podem mitigar o risco em ambientes onde a ameaça aos caças de quarta geração é grande e estes são mais vulneráveis.

Uma Força Aérea totalmente composta por caças furtivos merece uma reconsideração até o mesmo nos dias de hoje. A tecnologia furtiva paga um preço caro em termos de alcance, proteção, carga de armas, número de surtidas e adaptabilidade. Furtividade não fornece vantagens em conflitos como o do Afeganistão ou do Iraque e não é garantidor do sucesso da vitória em combates futuros contra adversários do mesmo nível. O mais importante, o custo do F-22s e do F-35 ameaça reduzir o tamanho da frota de caças da Força Aérea para um número perigosamente pequeno, principalmente diante do ambiente fiscal atual.

O texto também apresenta gráficos muito interessantes e que “falam por si só”. Separamos dois deles, apresentados abaixo. O primeiro é de um gráfico que mostra a aquisição de caças táticos pela USAF desde 1975. Fica evidente a redução das quantidades a partir do fim da Guerra Fria e a pequena aquisição de caças, tanto de quarta como de quinta geração após esta data. Tudo isso impactando fortemente a idade média da frota.

O outro gráfico apresenta o custo de alguns projetos de caças modernos como o F-16, F/A-18E, F-22 e F-35. Nesta comparação fica evidente o crescimento dos custos durante a fase EMD desses projetos, principalmente dos dois caças furtivos. Destaque para o Super Hornet, um projeto que buscou sempre o equilíbrio técnico e econômico. Mas este não é um avião da USAF.


Para acessar e ler o artigo completo clique aqui. Vale a pena refletir sobre a real necessidade de caças de quinta geração. Sobre este assunto, a edição da Revista Forças de Defesa número 6 traz uma opinião em relação à FAB.

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