Interesse brasileiro no Rafale naval é o trunfo francês para vencer o F-X2
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Escolha ficou para 2013, mas segundo o jornal ‘La Tribune’ o Rafale se mantém com grandes chances devido, entre outros fatores, à sua versão naval que concorre mais diretamente com o F-18 norte-americano
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O Brasil tem seu próprio tempo para escolher seu futuro avião de combate, num programa sempre adiado. Ainda assim, o Rafale francês continua com boas chances, segundo reportagem do jornal “La Tribune” de 6 de novembro. Isso porque, no médio ou longo prazo, o Brasil pode se interessar em adquirir a versão naval para equipar um novo porta-aviões, dotado de catapultas.
O jornal cita a declaração do ministro da Defesa do Brasil, Celso Amorim, de que a aquisição de 36 aviões de combate “não é um assunto tabu”. Amorim disse também que, para os brasileiros, “esta é uma discussão onde os elementos estão sobre a mesa e que levarão a uma decisão por parte do Brasil no tempo oportuno”. A declaração foi dada em visita do ministro da Defesa da França, Jean-Yves Le Drian, a Brasília.
O Rafale da francesa Dassault disputa o contrato avaliado em mais de 4 bilhões de euros com o F/A-18 Super Hornet, da norte-americana Boeing, e com o Gripen NG da sueca Saab. Segundo o jornal, os franceses confiam que vão vencer devido à promessa dada aos brasileiros de que farão importantes transferências de tecnologia ao Brasil, apesar do custo elevado do Rafale.
Ainda que o Brasil tenha adiado a definição para 2013, o que o La Tribune apurou é que o Governo Francês continua confiante na atratividade do Rafale, especialmente devido à versão naval do caça. Esta interessaria “vivamente” aos brasileiros, que pretendem adquirir um novo porta-aviões dotado de catapultas. Isso, segundo o jornal, deixaria de fora o Gripen NG, mas não o F/A-18 Super Hornet.
O La Tribune também informou que o ministro da Defesa francês reiterou em comunicado o apoio à candidatura do Brasil como membro permanente do Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas). O jornal também destacou o programa de construção de quatro submarinos convencionais e um nuclear assinado em 2009 com a DCNS francesa, no valor de 6,7 bilhões de euros, assim como o programa de produção de 50 helicópteros EC725 junto à subsidiária brasileira da Eurocopter, a Helibras.
Depois das declarações em Brasília, o ministro Le Drian visitou o estaleiro de Itaguaí (RJ), onde está sendo construído o estaleiro do programa de submarinos, e após a visita, disse que “carrega consigo uma mensagem de continuidade.” Ele acrescentou que “é do interesse da França e do Brasil (…) continuar em outras áreas esta lógica de parceria excepcional que nos une”.
FONTE: La Tribune (tradução e edição do Poder Aéreo a partir de original em francês)
FOTOS: Marinha dos EUA e Depto de Defesa da Suíça
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