Qatar, um forte candidato a segundo cliente de exportação do Rafale?

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França soma 20 bilhões de euros em campanhas de vendas de armas para o Qatar, com uma proposta do Rafale entre elas

Artigo publicado no jornal francês “La Tribune” na terça-feira, 30 de outubro, trata de várias campanhas de vendas ligadas à indústria bélica francesa no Qatar. Entre elas, o helicóptero NH90, o veículo blindado Aravis, a corveta Gowind, mísseis da MBDA e o caça Rafale.

Sobre o Rafale, o jornal trouxe a informação de que o caça da francesa Dassault foi testado com sucesso nas condições de alta temperatura do Qatar, dando a entender também que rivais da norte-americana Boeing (o F-15 e o F-18) não tiveram o mesmo sucesso. Ainda deverão ser avaliados os caças F-16 da Lockheed Martin, também dos Estados Unidos, e o Typhoon, do consórcio europeu Eurofighter. Estima-se que o país deverá adquirir entre 24 e 36 caças (em reportagem anterior, o mesmo jornal falou de uma quantidade entre 12 e 36 jatos).

Algumas fontes dizem que o Qatar poderia fazer sua escolha até o final do ano, para então entrar em negociações exclusivas com o vencedor. Já outras fontes ouvidas pelo jornal acreditam que esse cronograma seria muito ambicioso, pois a Força Aérea do Qatar não precisa substituir com urgência seus doze caças Dassault Mirage 2000-5. Porém, uma dessas fontes disse que o emir deu sua palavra aos franceses de que substituiria seus atuais Mirage, quando chegasse a hora, pelo Rafale.

Uma condição para a compra do Rafale seria encontrar um comprador para os Mirage 2000-5 do Qatar, que foram fornecidos num contrato assinado em 1994. Não seria a primeira vez para a Dassault: a venda dos atuais Mirage envolveu a compra dos antigos Mirage F1 do país pela Espanha. A reportagem cita Tunísia ou Egito como possíveis compradores para os atuais caças do Qatar.

Já os helicópteros NH90 da Eurocopter / AugustaWestland são uma proposta para uma necessidade de 10 a 20 exemplares em versões de transporte terrestre e naval. Também concorre o norte-americano Seahawk da Sikorsky. Os testes de voo teriam impressionado os qatarenses, que ainda operam velhos helicópteros Sea King da AgustaWestland.  Também há um requerimento de doze helicópteros de ataque, em que o Eurocopter Tigre concorre com o Boeing Apache – especula-se que este último seria favorecido por Qatar, especialmente no caso de Rafale ser escolhido como novo caça.

Passando do ar para o solo, a Nexter oferece uma gama de equipamentos militares que vão desde novos veículos blindados Aravis até carros de combate usados Leclerc (este último concorrendo com o alemão Leopard). A Thales quer vender sistemas C4I, rádios e sistemas digitais, estes destinados a 6.000 veículos.

A MBDA oferece sistemas de defesa aérea VL-Mica e SAMP / T (Aster) e, mudando da terra para o mar, seus mísseis Aster 30 são parte de uma oferta de fragatas da DCNS, que também oferece corvetas ao país. Todos esses contratos são considerados, pelos fabricantes franceses, uma grande necessidade para compensar as reduções orçamentárias na França.

FONTE: La Tribune (tradução e edição do Poder Aéreo a partir de original em francês)

FOTOS: Força Aérea Francesa e OTAN

NOTA DO EDITOR: evidentemente, o título que escolhemos para a matéria leva em conta que o primeiro cliente de exportação efetivamente será a Índia, com assinatura de contrato esperada para o início do ano que vem. Já o Brasil chegou a se “candidatar” a ser o primeiro cliente de exportação do caça, em 7 setembro de 2009, com o anúncio do então presidente Lula de que seriam iniciadas negociações com a França. Porém, o programa F-X2, no qual também concorrem o Boeing F/A-18 Super Hornet e o Saab Gripen NG, prosseguiu sem definição desde então.

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