Embraer aposta pesado na ousadia
–
Em 2012, empresa vai investir US$ 450 milhões em pesquisa e desenvolvimento de tecnologia
–
Roberto Godoy
Antes disso, o ciclo da engenharia do birreator Emb-145 consumiu 60 meses utilizando procedimentos convencionais. Os resultados são bem consistentes. Até 30 de junho, a carteira de pedidos firmes a entregar batia em US$ 12,9 bilhões, considerada apenas a aviação comercial, uma frota de 200 unidades.
Competir é inovar. A Embraer credita à inovação o fator determinante no seu posicionamento competitivo. “Essas verdades ganham dimensões especiais na indústria aeronáutica, em que inovação e desenvolvimento tecnológico são as questões da sobrevivência, e não apenas de diferenciação competitiva”, posição da companhia revelada em nota formal da diretoria.
A política de aplicação de novidades, definida pelo presidente, Frederico Curado, ocorre em quatro dimensões transversais à cadeia de valor: 1) inovações de produtos e serviços; 2) inovações dos processos; 3) inovação de marketing; e 4) inovações empresariais.
A mais recente ousadia do grupo está na área militar. Como reflexo do desenvolvimento do espetacular cargueiro e reabastecedor de combustível, o KC-390, a empresa criou uma coligada dedicada, a Embraer Defesa e Segurança (EDS), que nasceu rica, dona de uma fábrica em Gavião Peixoto, a 300 km de São Paulo, e da maior pista de decolagem e pouso da América Latina – 5 mil metros de asfalto cercados de monitores e sensores eletrônicos.
É lá que é produzido o A-29 Super Tucano, um sucesso em sete países clientes por causa da inovação: o sistema digital embarcado equivale ao dos caças pesados supersônicos, mas o avião é um turboélice – e de custo reduzido. Uma hora de voo do Super Tucano, sai por R$ 1.500, quase seis vezes menos que a de um jato de combate.
O A-29 é o único turboélice do mundo configurado para missão de contrainsurgência. Provado em combate em cenários do tipo da floresta colombiana, ele está disputando na pole position o grande prêmio da escolha, no Departamento de Defesa dos Estados Unidos, de uma série de 20 aeronaves de ataque leve para forças do Afeganistão. Esse contrato é avaliado em US$ 355 milhões. Tem mais: conta com boas possibilidades de servir na aviação americana. Nesse caso, o negócio chegará a US$ 1 bilhão.
O KC-390 é o único jato de sua classe oferecido no mercado mundial. Segundo o presidente da EDS, Luiz Aguiar, o segmento representa 700 cargueiros médios a serem encomendados até 2025 – um viés de US$ 50 bilhões. O KC-390 leva 20 toneladas de carga, tropa equipada e blindados. Cerca de 60 deles estão na carteira internacional de pedidos. O primeiro voo real está previsto para 2014.
FONTE: Estadão
IMAGENS: Embraer (também via FAB)
VEJA TAMBÉM:
- Embraer apresenta soluções para o novo avião KC-390 da Força Aérea
- Participação de empresas portuguesas no KC-390 será decidida até abril
- KC-390: mais dois fornecedores selecionados
- Embraer inaugura fábricas em Portugal
- VHF/UHF do KC-390 será da R&S
- Sistema de proteção contra fogo do KC-390 vai para a Meggitt
- Cobham produzirá radome do KC-390
- Goodrich selecionada mais uma vez para o programa KC-390
- Embraer seleciona sistema de navegação da Thales para o KC-390
- KC-390: novo jato traz desafios para Embraer
- C-130XJ é ameaça real ao KC-390
- Amorim acompanha evolução dos programas KC-390 e EC-725
- Executivo da Boeing fala do F-X2 e do KC-390 após parceria com Embraer
- Executivo da Boeing diz que Embraer KC-390 poderia ser adquirido pela USAF
- Projeto do avião KC-390 realiza ensaios em túnel de vento na Holanda
- Parceria Embraer-Boeing no KC-390 é tema de nota no site da FAB
- Embraer renuncia* à gama de aviões civis e ambiciona defesa