Dilma enfrentará o inverno para vender carne à Rússia – Na reunião com Putin, o embargo será assunto principal – Na volta, presidente tem encontro com Hollande

A presidente Dilma Rousseff resolveu aceitar o convite feito pelo presidente da Rússia, Vladimir Putin, para uma visita ao país na primeira quinzena de dezembro, em pleno inverno russo. A viagem, na verdade, é estratégica. Os dois países devem discutir o embargo russo à carne bovina e suína brasileira que atinge empresas de estados como o Rio Grande do Sul, Mato Grosso, Paraná, Santa Catarina, Goiás e Pará.

Logo após deixar o rigoroso clima russo, Dilma deverá partir em direção à França também em resposta a convite feito pelo presidente François Hollande. Um dos temas de destaques do encontro será o processo de aquisição pela Força Aérea Brasileira (FAB) de caças de combate. A perspectiva do Brasil é fechar o negócio em 2013. A França, com seu Rafale, fabricado pela Dassault, concorre com os americanos da Boeing e os suecos da Saab.

Mas as melhores perspectivas do governo estão relacionadas à Rússia. O governo espera que a visita ao país sirva para por fim às restrições à importação da carne brasileira que começaram em junho de 2011 por motivos fitossanitários. Em agosto deste ano, a Rússia passou a reavaliar a medida por meio do envio de uma missão de técnicos aos estados embargados.

Segundo o Itamaraty, as expectativas são positivas para a revisão do embargo por considerar que muitas das restrições impostas estão relacionadas mais a questões internas, de proteção de produtos locais do país, do que a riscos fitossanitários.

O encontro de Dilma com Putin para solucionar os problemas comerciais das exportações de carne acontece em um momento em que o Brasil pede maior coordenação entre os membros do Brics (Brasil, Russia, Índia, China e África do Sul) nas disputas comerciais dos países no âmbito da Organização Mundial do Comércio (OMC).

O embaixador Roberto Carvalho de Azevedo, representante permanente do Brasil junto à OMC, sugeriu aos demais membros do bloco informal reuniões mensais em Genebra, sede da OMC, para afinar posições de cada um dos países a respeito de interesses comuns aos países, principalmente quando estes atuam como terceira parte em um contencioso envolvendo outros dois países.

Para Azevedo, em muitas disputas levadas à OMC surgem interesses comuns para os países dos Brics e que exigem “uma voz única” na manifestação de cada um dos países sobre aquele determinado tema. “A China atua como terceira parte em 91 casos de disputas na OMC, a Índia em 70, mas nós quase nunca falamos sobre isso”, afirma Almeida.

Há condições favoráveis para uma maior coordenação entre os membros dos Brics na OMC. Nos 18 anos de existência do sistema foram poucas as consultas movidas por um dos países do bloco informal contra outro por conta de controvérsias. Todas as questões foram resolvidas na fase de consulta e não efetivamente em disputa no órgão.

A Rússia, que ingressou este ano na OMC, procura negociar de forma bilateral com o Brasil as restrições às importações da carne. Até por ser novata no órgão multilateral, não há perspectivas do governo brasileiro para um enfrentamento entre os dois países na OMC.

FONTE: Brasil Econômico (reportagem de Ruy Barata Neto)

NOTA DO EDITOR: o título original é a primeira frase do subtítulo. Sobre a viagem: os fãs de caças russos provavelmente prefeririam que a oportunidade de discutir carne, na Rússia, também servisse para discutir caças. Pensando neles, seguem abaixo belas fotos de protótipos de caças Sukhoi (o PAK-FA / T-50 e o Su-35), entremeadas com uma relação de links sobre os caças russos e o F-X2 (boa parte relacionando ambos os assuntos e até sobre a participação dos caças Sukhoi num hipotético F-X3), reunindo desde notícias recentes até mais antigas, diretamente dos arquivos do site. Boa leitura e boa diversão!

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