Venda do Rafale à Índia pode voltar à estaca zero e interferir no F-X2

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Caça francês nunca foi vendido para fora da França e enfrenta problemas em negociação com indianos, diz nota da RFI em português, repercutindo reportagem do jornal francês ‘Le Parisien’ que fala numa ‘zona de turbulências’ para o Rafale

A venda dos caças Rafale para a Índia foi anunciada em janeiro. Os 126 aparelhos seriam negociados por cerca de nove bilhões de euros (o equivalente a 22 bilhões de reais). Mas, segundo o jornal francês Le Parisien, mesmo com as negociações quase finalizadas, o processo teria voltado à estaca zero devido ao escândalo de corrupção envolvendo os contratos das Forças Armadas Indianas.

A Rússia e a Alemanha não perderam tempo e já declararam que uma nova licitação de venda de caças para a Índia estaria sendo preparada. Os dois países querem apresentar propostas de vendas de seus aviões. O primeiro avião seria fabricado pelos alemães da Eurofighter e, um segundo aparelho teria tecnologia russo-indiana. O governo francês nega problemas na licitação.

A venda do caça francês Rafale entra novamente em mais uma zona de turbulência. O avião, que nunca foi vendido para fora da França, teve sua venda anunciada para o Brasil pelo então presidente Nicolas Sarkozy, em 2009. Trinta e seis caças, de um total de 10 bilhões de reais, seriam entregues ao Brasil a partir de 2013.

Mas o governo brasileiro declarou que o processo de licitação está em aberto até dezembro deste ano e que o Rafale não tem nenhuma preferência em relação aos concorrentes. Além do Rafale, o sueco Grippen e o americano F-18 Super Hornett (sic) da Boeing ainda estariam na briga.

A eventual volta à estaca zero da venda do Rafale para a Índia pode interferir na decisão brasileira. Os 126 aparelhos vendidos para os indianos reduziriam o preço unitário do avião e, assim, faciltariam o processo de licitação com o Brasil.

FONTE: RFI (Radio France Internationale) em português

FOTOS: Força Aérea Francesa (Armée de l’air)

NOTA DO EDITOR: o título original da RFI em português,  “Venda do Rafale à Índia fracassa e pode interferir em decisão brasileira”, foi modificado para a publicação deste “clipping” no Poder Aéreo. Essa nossa opção foi feita de modo a deixar a chamada mais fiel ao conteúdo da matéria e ao que diz a fonte original, o jornal francês “Le Parisien” (também acrescentamos uma alusão à chamada francesa original no subtítulo, cuja primeira parte é a legenda de uma foto, em destaque, no RFI).

É possível que a escolha da palavra fracasso seja uma interpretação da RFI sobre os relatos ou até mesmo um erro de tradução, pois a matéria original do jornal francês fala em turbulências, e não em fracasso. Vale dizer que a palavra “fracas” é usada logo no início do texto em francês. Apesar de um de seus sentidos ser fracasso, no contexto da frase em questão significa barulho (como também foi lembrado pelo leitor Justin Case), referindo-se ao alarde que causou o anúncio da seleção do Rafale pela Índia, em janeiro deste ano.

Essa notícia contrasta bastante com outras da semana, em que autoridades indianas indicavam que as negociações estavam andando com vistas à assinatura do contrato até o final do ano fiscal de 2012 (veja links abaixo). Mas também faz referência a outras sobre declarações russas e alemãs sobre uma possível abertura indiana a suas ofertas (veja outros links abaixo), que vêm causando turbulências na mídia, apesar de também terem sido negadas por autoridades indianas.

Como já escrevemos anteriormente, os últimos dias têm trazido tanto notícias boas quanto “turbulentas” para disputas que envolvem dois concorrentes do F-X2 brasileiro, a concorrência indiana, que selecionou o Rafale para negociação, e a suíça, que selecionou a nova geração do Gripen.

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