Jornais de Israel falam em ataque iminente contra Irã
Segundo jornal, Netanyahu e seu ministro da Defesa querem ofensiva antes de novembro
De acordo com o diário, a guerra contra o Irã pode ser iminente, mesmo que isto signifique a ruptura da relação estreita entre Israel e EUA. Recentemente, informações do governo vazadas pela imprensa ajudaram a fomentar especulações de que um conflito armado com Teerã estaria perto de eclodir.
“Se dependesse de Benjamin Netanyahu e Ehud Barak, um ataque militar israelense a plantas nucleares no Irã aconteceriam nos próximos meses do outono, antes das eleições de novembro, nos EUA”, diz o jornal, referindo-se ao primeiro-ministro e ao ministro da Defesa, respectivamente.
Os porta-vozes de Netanyahu e Barak se recusaram a comentar a reportagem.
“Yedioth Ahronoth”, o jornal de maior circulação no país, diz que os dois fracassaram ao tentar convencer ministros sobre um ataque imediato ao Irã. Eles enfrentariam também problemas com os militares, que teriam alertado que a ofensiva teria de enfrentar muitos obstáculos táticos e estratégicos.
Há tempos, Israel ameaça atacar o Irã. O governo de Netanyahu vê o programa nuclear iraniano como uma ameaça a Israel, apesar de Teerã afirmar que o projeto não tem fins militares. Enquanto isso, Washington tenta acalmar seu aliado e pede que Israel dê mais tempo para a diplomacia. Os EUA já disseram que uma ação militar será a última opção contra o Irã.
Um pesquisa da Reuters, divulgada em março deste ano, mostrou que a maioria dos americanos apoiaria uma guerra contra o Irã, liderada ou por Israel ou pelos próprios EUA, mesmo que isto signifique um aumento no preço da gasolina.
Mas o presidente Barack Obama, que busca a reeleição, se mostrou claramente contrário a um possível ataque israelense, que ele disse ser uma ação unilateral prematura. Recentemente, ele enviou membros do alto escalão de Washington para tentar acalmar os ânimos de Netanyahu.
Segundo a reportagem do “Yedioth Ahronoth”, alguns assessores dos governos de Israel e dos EUA acreditam que um ataque antes de novembro pode constranger Obama e aumentar as chances de o republicano Mitt Romney – um amigo de longa data de Netanyahu – vencer as eleições. Ainda de acordo com o jornal, o objetivo seria obrigar os EUA a entrarem no conflito contra o Irã, mas fontes dizem que o ministro da Defesa, Ehud Barak, não crê nessa possibilidade.
“Ele (Barak) acredita que os EUA não vão à guerra, mas vão fazer de tudo para acabar com o conflito. Darão a Israel as chaves para seus armazéns de munição, que foram construídos em Israel. Israel não precisa de mais do que isso”, diz o jornal.
Nesta sexta-feira, o jornal “Haaretz” publicou uma reportagem com uma autoridade cujo nome não foi informado, dizendo que no governo de Netanyahu cresce o sentimento de que o Irã é mais perigoso do que os vizinhos árabes de Israel na véspera da Guerra dos Seis Dias, em 1967. E este pensamento parece estar se espalhando pela população do país. Uma pesquisa divulgada nesta manhã mostrou que 41% dos israelenses não acreditam que pressões não militares farão efeito contra o Irã, enquanto só 22% ainda creem na diplomacia para resolver o problema com o regime dos aiatolás.
FONTE: O Globo