Executivo da Boeing fala do F-X2 e do KC-390 após parceria com Embraer
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Boeing exalta virtudes da parceria no Brasil e além
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Segundo matéria da Jane’s publicada na sexta-feira, dia 13 de junho, a Boeing espera que seus rivais sigam o modelo de parceria aplicado ao seu recente laço com a brasileira Embraer, que visa expandir o mercado para o avião de transporte militar KC-390 desta última.
A Boeing não tem “nenhuma ideia pré-concebida sobre quanto” o mercado do KC-390 poderia se expandir e espera encarar novos desenvolvimentos conjuntos com a empresa “numa base projeto-a-projeto, como disse Chris Raymond, vice-presidente executivo de desenvolvimento de negócios e de estratégia para a divisão de Defesa, Espaço e Segurança da Boeing (Boeing Defense, Space and Security).
Devido aos orçamentos de defesa mais apertados e às pressões sobre o financiamento de pesquisa e desenvolvimento, “nesse ambiente, haverá abertura com todas as empresas… para colaborar”, disse Raymond. A empresa já aplicou essa sua estratégia de parceria para trabalhar com a Coreia do Sul, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e Reino Unido.
A Boeing e a Embraer fizeram um amplo acordo de colaboração aeroespacial em abril, que foi seguido por um compromisso em junho para que ambas trabalhassem juntas no desenvolvimento e comercialização do KC-390 da Embraer.
Houve “sempre muita discussão” na Boeing sobre trabalhos potenciais com a Embraer, mas “na realidade era um acordo comercial e de defesa”, disse Raymond. Colaborações futuras serão numa base projeto-a-projeto, acrescentou o executivo.
Ainda segundo Raymond, “o acesso ao mercado é sempre uma das razões pelas quais você procura fazer parcerias com as pessoas. Nós concordamos em combinar nossos conhecimentos e ver se poderíamos mudar a visão de mercado” de potenciais clientes do KC-390. “O Brasil é um lugar onde queremos estar por bastante tempo. Nós sempre tivemos respeito mútuo (pela Embraer); nós não temos competido diretamente devido às nossas linhas de produto”, acrescentou.
Mas e os interesses da Boeing no F-x2?
Algumas das atividades da Boeing com a Embraer “são evidentemente conectadas” à disputa brasileira do F-X2, na qual o F/A-18E/F Super Hornet da Boeing é um competidor, mas Raymond disse que esse seria sempre o caso, de qualquer forma, porque ” a Embraer está compelida a ser envolvida” com qualquer empresa que ganhe o contrato, devido à sua importante posição no setor aeroespacial brasileiro.
O Super Hornet está competindo com o Dassault Rafale e com o Saab JAS 39 Gripen NG por um contrato que tem o valor estimado de 12,6 bilhões de dólares (de acordo com as estimativas da IHS Jane’s). Com a decisão do F-X2 bem longe de ser algo certo, Raymond foi incisivo em apontar que um investimento de defesa dessa magnitude é sempre sobre o produto “mas muito mais do que isso”, envolvendo geopolítica e participação industrial.
Ele não quis falar se a Boeing estava trabalhando com quaisquer outros acordos de participação industrial ligados à proposta do F-X2, dizendo apenas que “as propostas foram feitas, e o governo fará sua avaliação.” Porém, o executivo confirmou comentários anteriores de ambas as empresas sobre ao futuro da parceria não depender da competição dos caças. “Um pouco disso é sobre o F-X2, um pouco não é… A colaboração vai continuar. ”
FONTE: Jane’s (reportagem de Matthew Bell)
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