Piloto de caça sírio deserta com seu MiG-21 para a Jordânia
Segundo notícia da AFP, via 24 heures, um piloto de caça sírio aterrissou nesta quinta-feira na Jordânia com seu caça MiG-21, de fabricação russa, e pediu asilo político. Trata-se da primeira deserção de um piloto militar a bordo de seu avião após o início da revolta contra o regime sírio. Segundo Georges Sabra, porta-voz do Conselho Nacional Sírio (CNS), a principal coalizão de oposição, o piloto decolou de um aeroporto militar entre Deraa e Soueida, no sul da Síria, e segundo as forças jordanianas ele pousou na Jordânia no meio da manhã.
O Ministério da Defesa da Síria chamou o piloto era um “traidor” e entrou em contato com as autoridades jordanianas para recuperar a aeronave. O piloto obteve asilo político na Jordânia, segundo o Ministro da Informação Jordaniano Samih al- Maaïtah.
Reportagem desta quinta-feira da AP, via Times of Israel, traz mais informações. A deserção é simbólica porque a Força Aérea Síria é considerada totalmente leal ao regime de Assad. Assim, sugere que as mais fortes alianças do regime estão se enfraquecendo. A deserção é também um triunfo para os rebeldes que combatem Assad. Segundo o porta-voz da força rebelde “Exército Sírio Livre”, Ahmad Kassem, so grupo encorajou o piloto a desertar e monitorou sua atividade até que o jato pousasse em segurança na Jordânia.
O piloto foi identificado como o coronel Hassan Hammadeh, e segundo uma autoridade de segurança jordaniano, teria removido sua “bolacha” (tag) da Força Aérea e ajoelhou-se no pátio após pousar na Base Aérea King Hussein, 70 km ao norte da capital Amã. Ainda segundo a autoridade, que solicitou anonimato, foi dado asilo ao piloto porque, no caso de ser enviado de volta à Síria, sua segurança não poderia ser garantida e ele poderia ser torturado ou morto.
Essa deserção é um assunto sensível para a Jordânia, segundo a reportagem, porque o país quer evitar envolvimento no conflito sírio. A Jordânia já recebeu 125.000 refugiados sírios, incluindo centenas de desertores do exército e da polícia, e a Síria quer o retorno dos mesmos. Além disso, a Síria é um dos maiores parceiros comerciais da Jordânia, num comércio estimado em 470 milhões de dólares no ano passado.
As deserções anteriores para a Jordânia haviam sido de pessoal de baixa patente, ao contrário do piloto sírio. Já a Turquia afirmou que, em março, dois generais sírios, um coronel e dois sargentos desertaram para a Turquia.
FONTES: AFP e AP, via 24 heures e Times of Israel
NOTA DO EDITOR: no recente conflito da Líbia, a deserção de pilotos de caça líbios mostrou ser um sinal de que as coisas estavam realmente esquentando e que o apoio militar ao regime de Kadhafi estava diminuindo. Será que o mesmo raciocínio pode ser empregado no caso da Síria?
VEJA TAMBÉM: