Assento ejetável do T-27 Tucano não prevê sobrevivência do piloto com o avião em velocidade zero
O capitão Lobo pertencia à Divisão de Ensaios em Voo do CTA (atual DCTA), onde atuava desde 1985 e sua promoção para major era esperada para os meses seguintes.
O capitão taxiava uma aeronave T-27 Tucano na pista de São José dos Campos por volta das 17:30h do dia 21 de julho de 1987.
Surpreendentemente seu assento foi acionado, projetando-o para fora da aeronave. Por não ser um assento do tipo 0-0 (zero de velocidade e zero de altitude), não houve tempo suficiente para que o paraquedas fosse aberto.
Lobo sofreu fraturas diversas e graves ferimentos ao colidir com o solo. Atendido na Santa Casa de Misericórdia de São José dos Campos, Lobo não resistiu aos ferimentos e faleceu duas horas depois do acidente em função dos graves ferimentos.
Um artigo no site da ABRA-PC, do piloto Mark de Matos, diz o seguinte sobre a causa do acidente: “o voo era um ensaio para medir os esforços no manche do T-27 em diferentes manobras. Havia um instrumento acoplado ao manche para medir a força, um manchímetro, que era preso ao lado do manche. O Rui, no táxi, fez o teste de comandos livres e comentou com o Russo (piloto atrás) que devido ao manchímetro ele tinha que colocar a cadeira o mais baixo possível, pois na decolagem se a cadeira estivesse alta o manchímetro iria interferir e impedir ele de cabrar o suficiente. Ao acionar o motor elétrico para baixar a cadeira o punho de ejeção ficou preso sobre o manchímetro e com o deslocamento da cadeira para baixo houve a ejeção involuntária.”
O EMB-312 Tucano, na FAB T-27, possui dois assentos ejetáveis Martin-Baker modelo Mk8L. Estes assentos são mais simples, mais leves e mais baratos que os assentos tipo 0-0 (zero-zero) dos caças de alta performance. O Mk8L não possui motor-foguete e depende de uma velocidade mínima de 70 nós para funcionar devidamente.
Já o Super Tucano, o A-1 e o F-5M usam o modelo Mk.10, que é tipo zero-zero.
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