Nem a chuva, que atrapalhou o início das comemorações dos 60 anos da Esquadrilha da Fumaça, foi suficiente para atrapalhar o evento

 

Como diz o título, “o show deve continuar”. Mas a chuva persistente que caía na região desde a madrugada de sábado deixava dúvidas sobre o tipo de show que poderia ser visto, enquanto nos preparávamos para chegar à Academia da Força Aérea (AFA), em Pirassununga (SP), que comemorou no último final de semana os 60 anos do Esquadrão de Demonstração Aérea (EDA), a famosa “Esquadrilha da Fumaça”. Será que haveria público e, principalmente, será que veríamos algum voo?

No fim das contas, anteontem, domingo (13/5), soubemos que a AFA recebeu um público estimado em quase 60 mil pessoas para o segundo e último dia das comemorações. Embora seja um número respeitável, ainda é inferior ao constatado em outros eventos que ali já ocorreram. Certamente culpa da chuva forte de toda a manhã de sábado e das dúvidas sobre o tempo realmente se firmar no domingo.

Esperava-se um público superior a 70 mil pessoas em cada um dos dois dias do evento. Mas grande parte delas acabou não se animando muito em função das condições meteorológicas ruins. Mesmo assim, fãs incondicionais da aviação em geral, principalmente aviação militar, marcaram presença no local. E o mais importante: quem persistiu não saiu decepcionado. Ao contrário, viu atrações que raramente aparecem no Brasil (o caso dos Halcones chilenos), outras que nunca estiveram por estas bandas (demonstrações de Hornet e Super Hornet) e novidades da FAB (o P-3 foi uma delas).

Como adiantamos acima, boa parte do período da manhã do sábado foi perdido em função da intensa chuva que caiu em toda a região. O dia amanheceu com chuva leve, mas por volta das 7h30, quando já estávamos na AFA, o céu escureceu ainda mais e a chuva ficou realmente forte: até as luzes dos hangaretes foram acessas (ver imagem logo acima) e as apresentações ficaram aguardando a melhoria do tempo.

Mesmo assim, a AFA recebeu algumas aeronaves como um C-99 e um Super Tucano debaixo de chuva torrencial, e ainda pudemos ver a decolagem do C-130J canadense. Mas a chuva tornava difícil até mesmo focar nas aeronaves em movimento, e o fundo cinza também não ajudava em nada a tarefa de trazer boas imagens a nossos leitores – elas apenas mostravam a realidade frustrante para nós quatro que havíamos acordado cedo para não perder nada: os editores Poggio e Nunão do Poder Aéreo, acompanhados dos amigos Padilha e Wiltgen, que recentemente partiram das nossas Forças de Defesa para abrirem o site Defesa Aérea & Naval.

 

 

Andamos pelo pátio e fomos conhecer os melhores pontos para fotografias (dentro e fora da área restrita para o público em geral) desviando das poças. Como naquelas primeiras horas de evento o tempo não melhorava, voltamos para os hangares, para nos abrigarmos um pouco. E lá de dentro, por volta das 11h, enquanto estávamos conversávamos com pilotos, pudemos ver que a chuva diminuía um pouco, gradativamente. Nossos colegas da Defesa Aérea & Naval, no pátio, avisaram que os pneus de um Super Hornet estavam sendo trocados. Bons indícios.

Já era quase meio dia quando ouvimos o acionamento do motor de um dos “Hornets” (um som característico que não dá para confundir), que atraiu uma série de pessoas para a área de exibição externa. Era um Super Hornet que preparava-se para se apresentar e dar início às demonstrações aéreas daquele dia.

Ainda chovia e tudo era feito para não molhar as lentes das câmeras, ali na área central reservada à imprensa, entre guarda-chuvas e uma barraca de uma equipe de TV que, minutos depois, foi virada pelo jato das turbinas do Super Hornet que já taxiava de volta daquele primeiro voo. E assim, com muita água e emoção, começou em grande estilo um dos mais memoráveis eventos aeronáuticos do Brasil nos últimos anos.

 

Mas será que todas as fotos estavam destinadas ao fundo cinza escuro das que vemos aqui, com dificuldades com o foco e cheias de riscos que denunciavam a chuva que caía? Será que não conseguiríamos transmitir aos leitores, com as imagens, as cenas de tirar o fôlego que víamos, ao som daqueles motores roncando tão forte sobre a Academia?

Os minutos e as horas seguintes, com o céu tornando-se mais branco do que cinzento e o teto subindo, mostraram que havia esperança. E as matérias seguintes também vão mostrar que essa esperança não foi em vão.

 

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