Fumaça 60 anos: meu nome é Hornet, CF-188 Hornet
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Mas pode chamar de CF-18 Hornet somente, o nome “popular” segundo o site da Força Aérea Real Canadense
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A arte exibida pelo caça foi criada pelo artista gráfico Jim Belliveau do 410º Esquadrão, de Cold Lake, e mostra 13 diferentes flocos de neve representando as províncias e territórios canadenses, assim como as 13 Alas da RCAF. A pintura relaciona-se com o tema do ano de 2012 para a equipe, que é “The True North Strong and Free” (o verdadeiro Norte forte e livre), que vem do Hino Nacional do Canadá. Simboliza a presença canadense no Norte e os seus compromissos de defesa do espaço aéreo da região.
Nas imagens logo acima e abaixo, tiradas durante o táxi para a primeira apresentação do sábado (em que o fundo do céu cinzento atrapalhou menos, sendo trocado em grande parte pelo verde que cerca a AFA), pode-se ver mais alguns detalhes da arte. Na primeira das fotos, o Hornet cruza com o C-130 J canadense que apoiou o deslocamento da equipe e que também decolou nos dois dias para apresentações (falaremos mais do C-130 J numa das próximas matérias). Você pode clicar em todas as imagens para ampliar.
Estas fotos foram tiradas da cabeceira da pista, para onde caminharam os editores Poggio e Nunão do Poder Aéreo (junto com os amigos Padilha e Wiltgen, do Defesa Aérea & Naval) em busca de melhores ângulos. Felizmente, já não chovia, mas o céu permanecia bem carregado e o sol estava longe de se mostrar.
Na imagem abaixo, o caça começa a sua corrida de decolagem, a primeira de quatro que faria em suas apresentações durante o evento, duas em cada dia. Falando em apresentações, no cronograma de 2012 da equipe estão 15 shows aéreos, incluindo dois no Norte do Canadá (Yellowknife e Inuvik), quatro nos Estados Unidos e esse desdobramento para a América do Sul, que prestigiou os 60 anos da “Fumaça”.
Mas vamos à apresentação do Hornet canadense. Foi uma exibição em grande estilo. A corrida de decolagem foi curta, com o som dos motores em pós-combustão rugindo bem na nossa frente, na cabeceira. Mal tirou as rodas do solo, o caça apontou para o céu num alto ângulo de ataque (você verá essa cena mais à frente, em foto tirada de outro ângulo na segunda apresentação do sábado). Antes de recolher o trem de aterrissagem e em plena ascenção, o Hornet fez um rolamento, mostrando sua controlabilidade em altos ângulos e a potência de seus motores naquela configuração limpa. E veio uma sequência de ascensões, mergulhos, passagens em alta velocidade subsônica seguidas de curvas apertadíssimas, manobras quase sempre acompanhadas de belas formações de rastros de condensação pelas pontas das asas e sobre as extensões dos bordos de ataque (Lerx).
Ao final de cada curva de alto G, a velocidade era recuperada de forma surpreendentemente rápida, mostrando a sobra de potência dos motores turbofans General Electric F404 que equipam o “velho” caça. Escrevemos “velho” porque se trata de um dos 98 monopostos que o Canadá recebeu entre 1982 e 1988 (os mais antigos estão completando nada menos que 30 anos de operação) e que, juntamente com os 40 bipostos recebidos, fazem parte da primeira geração do Hornet (versões A/B). Infelizmente, na primeira apresentação do sábado, o céu carregado e a luminosidade ainda fraca não contribuíram para um bom contraste entre as partes cinzas do caça e as nuvens escuras. Mas isso ia melhorar ao longo das próximas exibições.
Ainda para demonstrar a manobrabilidade e o controle a baixas velocidades, foram feitas passagens lentas com o trem de pouso e o gancho de parada abaixados e a sonda de reabastecimento estendida, em voos invertidos, em rolamentos e em voo normal – nesse último caso, em passagens ainda mais lentas. E também uma passagem em velocidade “extra-lenta” sobre a pista com o trem recolhido e em alto ângulo de ataque, com os motores enchendo os ouvidos de todos nós, para rugirem ainda mais fortes no momento de se passar ao voo nivelado, em baixa altitude.
Foram 18 minutos de tirar o fôlego entre o momento em que foram liberados os freios e o toque de volta na pista, logo à frente de nós que estávamos postados no gramado ao lado da cabeceira. Hora de voltar para a área central para ver outros ângulos do próximo show que, torcíamos, teria como fundo um céu menos cinzento.
A segunda apresentação do Hornet canadense no sábado e a primeira do domingo
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Para a segunda apresentação do Hornet canadense, por volta das 16 horas daquele sábado, nos posicionamos perto dos hangaretes que normalmente abrigam os T-27 Tucano da Academia da Força Aérea. E daquele ângulo também privilegiado e bem conhecido de outros anos tivemos a bela visão “congelada” na foto acima, com o caça apontando bem para o alto logo no instante após as rodas deixarem o solo. Novamente, pudemos apreciar a sequência de manobras acompanhadas na primeira apresentação, mas agora com melhores possibilidades de fotos devido à melhor luminosidade.
E no dia seguinte (domingo) de manhã, nos posicionamos novamente na cabeceira da pista para captar mais cenas daquela bela exibição de manobras, na terceira apresentação feita pelo caça canadense no final de semana de aniversário do EDA. Selecionamos as quatro abaixo em que o céu e o sol ajudaram um pouco mais.
E a última apresentação, na tarde do domingo? Apesar da oportunidade de ambos aproveitarmos o céu com trechos bem mais azuis, as fotos da quarta exibição do Hornet canadense ficaram por conta só do editor Poggio, já que eu (Nunão) quis aproveitar a última oportunidade para apenas apreciar as manobras, sem preocupações com fotos, ângulos e fundos. Em breve, o Poggio deverá colocar a seleção de fotos dele. Já eu, em meio ao público e sem viver a “solidão” compartilhada com poucos fotógrafos na cabeceira da pista, tive o prazer de só ouvir o som dos motores em potência máxima e as manobras, em meio aos gritos de alegria da multidão em volta, que tomava conta do pátio da Academia. O “velho” Hornet mostrou que está em plena forma. E como se saiu o seu sucessor, o Super Hornet? Você verá nas fotos e no texto da próxima matéria.
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