Brasil terá transferência de tecnologia com Super Hornet, segundo Panetta

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Notícia divulgada pela AFP nesta quarta-feira (25 de abril) traz declaração do secretário de Defesa dos Estados Unidos, Leon Panetta, de que o Brasil terá a transferência de avançadas tecnologias dos EUA caso compre o caça F/A-18 Super Hornet da Boeing. Num claro sinal dos desejos de Washington em ganhar o lucrativo contrato, Panetta disse: “Esta oferta, que tem o forte apoio do Congresso dos Estados Unidos, contém um compartilhamento sem precedentes de tecnologias avançadas, que são reservadas apenas para nossos parceiros e aliados mais próximos.”

Falando numa academia militar, Panetta acrescentou que “esta oferta é muito mais do que apenas fornecer ao Brasil o melhor caça disponível. Com o Super Hornet, as indústrias de aviação e defesa do Brasil serão capazes de transformar suas parcerias com empresas  dos Estados Unidos, e poderão ter melhores oportunidades de se inserir em mercados mundiais.”

No dia anterior, Panetta encontrou-se com Celso Amorim, ministro da Defesa do Brasil, para inaugurar o “Diálogo de Cooperação de Defesa” entre os países. Amorim deixou claro, após o encontro, que o maior interesse de Brasília era garantir a transferência de tecnologia a partir da nova aliança proposta por Washington.

Além da transferência de tecnologias, Brasília também quer que alguns dos caças sejam montados no país. De acordo com analistas, isso poderia favorecer o francês Rafale da Dassault, um dos três concorrentes na disputa do novo caça brasileiro. Os outros dois são o próprio Super Hornet da norte-americana Boeing e o Gripen da sueca Saab.

Segundo o chefe da Dassault no Brasil, Jean-Marc Merialdo, o consórcio francês Rafale International assinou três acordos com empresas do Sul do Brasil para ampliar sua cooperação tecnológica, no caso do Rafale ser o escolhido. Merialdo disse à AFP, em Porto Alegre: “Estamos dando mais um passo para ampliar nossa cooperação”.  Desde o final de 2010, o consórcio já organizou quatro seminários em diversas cidades brasileiras para aumentar sua quantidade de parceiros no caso de seleção do Rafale. A França oferece total transferência de tecnologias em sua oferta para o contrato.

Voltando às declarações de Panetta, o secretário norte-americano também disse que o Governo dos EUA está satisfeito com a emergência do Brasil como um poder global. “Este é um relacionamento entre dois poderes globais, e nós damos as boas vindas ao fortalecimento do Brasil. Nós apoiamos o Brasil como um líder global e desejamos uma cooperação mais próxima em defesa”, disse Panetta.

O secretário acrescentou: “Nós não vamos concordar em todos os assuntos – nenhuma dupla de países, nem mesmo os aliados mais próximos, fazem isso. Mas eu acredito que nossos interesses comuns são tão grandes, e as possibilidades provenientes de nossa cooperação são tão tangíveis, que nós devemos segurar essa oportunidade de construir uma parceria de defesa mais forte para o futuro.”

O diálogo entre o Brasil e os EUA também tem como objetivo resolver outras questões como a decisão norte-americana, em 2008, de reativar sua Quarta Frota no Atlântico Sul, uma área estratégica e rica em recursos, onde os países da região não desejam nenhuma presença militar externa. A visita de Panetta à América Latina é a primeira desde que assumiu o cargo de secretário de Defesa, iniciando-se na Colômbia. Após o Brasil, o secretário deverá visitar o Chile.

FONTE: AFP, via Yahoo (tradução, adaptação e edição: Poder Aéreo)

FOTOS: Marinha dos EUA (USN)

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