A Avibras está concluindo a integração completa do primeiro protótipo do veículo aéreo não tripulado (Vant) Falcão, que estará preparado para voar até julho. O Falcão é o primeiro Vant nacional na classe de 800 quilos, usado em missões de vigilância, reconhecimento e patrulha.

O gerente do projeto na Avibras, Renato Bastos Tovar, explica que a plataforma do Falcão é feita em fibra de carbono, que garante maior leveza ao veículo e aumenta o espaço para que ele possa carregar mais combustível e sensores.

Com mais de 15 horas de autonomia, o Falcão está configurado para carregar um equipamento eletro-óptico (tira fotos e faz filmagem de alta qualidade, tanto durante o dia quanto à noite), um radar de detecção de alvos móveis no solo e um link de satélites, com alcance de até 1.500 km”, explica o engenheiro.

O sistema de gerenciamento de vídeo a bordo do veículo, segundo Tovar, está sendo desenvolvido pela empresa Easystech, que também conta com financiamento da Finep. “O Falcão é o único Vant na classe de 800 quilos capaz de levar essa carga útil, de aproximadamente 150 quilos”, ressaltou.

O Falcão, segundo Tovar, já consumiu investimentos de R$ 60 milhões e conta com o apoio das três Forças Armadas e também da Finep. O executivo afirmou que a eletrônica de bordo do Vant, assim como a parte de sistemas de navegação e controle, a plataforma e a integração dos sistemas de missão da aeronave são 100% nacional.

A Avibras, de acordo com o coordenador, aguarda para este ano que as Forças Armadas definam os requisitos dos Vants que pretendem comprar para poder iniciar a fase de industrialização do projeto, testes de comprovação de requisitos e certificação. “Já temos uma sinalização forte, por parte de uma das Forças Armadas, de que o Falcão seria a escolha preferencial para as missões de patrulha e reconhecimento”, garantiu o executivo.

Recentemente, segundo ele, a Avibras recebeu a visita de representantes das três Forças Armadas em sua fábrica de Jacareí, no Vale do Paraíba (SP). A empresa também já foi consultada informalmente sobre as características do veículo, estimativa de investimentos e prazos para a produção do primeiro lote de Vants.

O desenvolvimento dessas aeronaves não tripuladas integra a lista de prioridades da nova política de defesa nacional do governo. A licitação para a compra dos veículos pelas Forças Armadas ainda não foi lançada mas, de acordo com Tovar, existe a intenção de se adquirir três tipos de equipamentos: os chamados mini-Vants, de 3 a 5 quilos e até 5 quilômetros de alcance, para reconhecimento de curta distância; os Vants de 800 quilos e entre 15 e 20 horas de operação, para reconhecimento, vigilância e patrulha; e os Vants estratégicos, acima de 1,5 tonelada, para missões de longa duração (mais de 20 horas).

FONTE: Valor Econômico, via Notimp

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