Sai o RFI para o F/A-XX, sucessor de sexta geração do Super Hornet
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Caças norte-americanos Super Hornet com mais tempo de serviço deverão começar a dar baixa em 2030, quando atingirão 9.000 horas de voo – na mesma época, segundo o RFI (pedido de informações) divulgado na semana passada, espera-se que seu sucessor de sexta geração atinja a capacidade de operação inicial e começe a substituição gradual dos atuais cavalos de batalha da Marinha dos EUA
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Segundo os sites Defense Tech e Flight Global (blog The Dew Line), na sexta-feira passada a Marinha dos EUA divulgou o pedido de informações (RFI) para as empresas que poderão oferecer propostas para o F/A-XX, o caça de sexta geração que deverá substituir o F/A-18E/F Super Hornet e o EA-18G Growler.
Espera-se que o novo jato, ainda a ser selecionado e desenvolvido, comece a substituir os Super Hornets / Growlers por volta de 2030, disse o vice-almirante Donald Gaddis na conferência anual de mar, ar e espaço da Liga Naval. Antes da Marinha dos EUA (USN) definir quais as capacidades finais que um avião do tipo deverá ter, ela precisa primeiro saber que tipos de tecnologias a indústria de defesa pode colocar na mesa para um novo caça que terá que iniciar sua operação em menos de duas décadas, disse Gaddis.
Por volta de 2030, os primeiros Super Hornets que foram entregues à USN deverão estar atingindo o limite de sua vida útil de 9.000 horas de voo, assim espera-se que no mesmo ano seu sucessor atinja a capacidade de operação inicial, para gradualmente ir substituindo outros aviões do mesmo tipo. Gaddis ressaltou que esses Super Hornets precisarão ser substituídos, mas seu sucessor será definido tanto em relação ao que a indústria acredite que seja possível fazer quanto ao que a USN projeta ser necessário. O F/A-XX deverá ser capaz de sobreviver a ambientes não permissivos, possuir sensores de nova geração e até mesmo a capacidade de reabastecer outros caças (sistema buddy-buddy) e realizar tarefas de alerta aéreo avançado (AEW), de acordo com o vice-almirante. Mas o que ele desejaria dizer (segundo as fontes da notícia) é que esses requerimentos vão demandar maior desempenho cinemático e alcance.
No texto do RFI estão linhas básicas dizendo que “o objetivo dessa pesquisa é solicitar à indústria insumos sobre as soluções dos candidatos para aeronaves baseadas em porta-aviões de propulsão nuclear para prover supremacia aérea com uma capacidade de ataque multitarefa em um ambiente operacional com áreas de acesso negado (anti-access/area denied – A2AD). As missões primárias incluem, mas não estão limitadas a, guerra aérea (air warfare – AW), ataque (strike warfare -STW), guerra de superfície (surface warfere – SUW), e apoio aéreo aproximado (close air support – CAS).”
Outras capacidades encontradas em aeronaves de ataque existentes, como o já citado reabastecimento “buddy-buddy”, incluem reconhecimento tático, vigilância e aquisição de alvos, além de ataque eletrônico ( airborne electronic attack – AEA). Mas a USN não está estabelecendo limites em relação à aeronave ser pilotada ou não ou mesmo de ser um jato totalmente novo.
A esse respeito, o documento é bastante amplo, e as respostas podem incluir opções não pilotadas e opcionalmente pilotadas, ou somente pilotadas. O contexto para considerar os atributos do sistema será custo e assessibilidade. Conceitos poderão ser derivados de aeronaves existentes, ou novos projetos, ou de tecnologias inovadoras especificamente direcionadas para o contexto operacional.
Como requisitos mínimos, o novo jato deverá ser capaz de operar de porta-aviões de propulsão nuclear das classes “Nimitz” e “Ford”, e deverá também ser um ativo complementar no grupo aéreo embarcado para o F-35C e para um veículo não tripulado de inteligência, vigilância e reconhecimento (ISR) com capacidade de ataque de precisão.
O RFI também vai considerar os riscos técnicos e o custo total de obtenção, embora ainda não haja um programa definido, apenas o pedido de informações. Essa fase de análise de alternativas promete ser longa, disse Gaddis.
FONTES: Flight Global (blog The Dew Line) e Defense Tech
Tradução, adaptação e edição: Poder Aéreo
FOTOS: Marinha dos EUA
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