F-X2: Rafale é o favorito na reta final, segundo jornal francês
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Finalistas dão última cartada para vencer licitação brasileira de caças
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O diário econômico Les Echos informa em sua edição de 10 de abril que o processo de venda de 36 aviões de caça à Força Aérea Brasileira (FAB) entrou na reta final, após dez anos de negociações. O jornal conta que as três empresas finalistas ― a francesa Dassault, fabricante do Rafale, a sueca Saab, do Gripen, e a americana Boeing, do F-18 Super Hornet ― dão suas últimas cartadas para abocanhar a licitação do governo brasileiro.
Aproveitando a visita da presidente Dilma Rousseff aos Estados Unidos, Les Echos relata que a Boeing tenta se manter viva na disputa pela renovação da frota da FAB. O jornal comenta que o fabricante americano ficou numa situação delicada, recentemente, depois que o governo Obama cancelou a compra de aviões de reconhecimento fabricados pela Embraer. Para aparar as arestas, a secretária de Estado, Hillary Clinton, estará em Brasília no início da semana que vem, escreve Les Echos.
Sem se dar por vencida, a Boeing posicionou seus peões anunciando, na véspera da visita de Dilma a Washington, a abertura de um centro de pesquisa e tecnologia no Brasil. Com isso, a Boeing demonstra seu interesse em estreitar as parcerias com o país tanto no plano da aviação civil quanto militar.
Do lado francês, a escolha do Rafale pela Índia eliminou do caminho um obstáculo que pesava contra o caça francês: o fato de o Rafale nunca ter sido exportado. Assim como exige o Brasil, a Índia conseguiu obter alguns pontos de transferência de tecnologia e treinamento de mão de obra qualificada para trabalhar na manutenção dos aparelhos.
O sueco Gripen, fabricado pela Saab, durante um momento o caça preferido dos militares brasileiros, tem a vantagem de já ter instalado seu próprio centro de pesquisas no ABC paulista.
Quem será, então, o vencedor da licitação que poderá ser anunciado no final de junho? Les Echos aposta no caça francês Rafale por dois motivos. Primeiro, porque Dilma costuma seguir as orientações de seu mentor, o ex-presidente Lula. Em segundo lugar, porque ela costuma decidir em coisas que Lula preferia tergiversar.
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Em 13 de fevereiro, jornal Les Echos já destacava a vitória do Rafale na Índia como motivo do caça voltar a ser favorito na disputa. Veja a matéria abaixo:
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A decisão do governo indiano de iniciar “negociações exclusivas “ para a compra de 126 aviões de caça Rafale para renovar sua frota, terminou com as preocupações do Brasil, muito reticente com o fato de que o modelo nunca tinha vendido fora da França, afirma nesta segunda-feira o diário econômico Les Echos.
Citando fontes do governo brasileiro ouvidas pela agência de notícias Reuters, o diário econômico afirma que o Brasil vai “muito provavelmente” escolher o caça Rafale para equipar sua força aérea, o que pode representar um segundo sucesso do aparelho no exterior. Até hoje, o caça Rafale perdeu todas as concorrências e só foi comercializado com o governo da França.
Mas apesar do fim das reticências da presidente Dilma Roussef sobre o modelo Rafale, após a decisão do governo da Índia de negociar com a fabricante Dassault, o Brasil não deverá anunciar sua decisão antes das eleições presidenciais francesas de 22 de abril e 6 de maio, para o tema não ser explorado politicamente, afirma o jornal.
A presidente Dilma e seus principais conselheiros estão convencidos de que a oferta da Dassault para a aquisição de 36 aviões de caça para modernizar a frota brasileira é melhor do que a de seus concorrentes Hornet F18 da americana Boeing e do Gripen da fabricante sueca Saab.
“Dilma Roussef considera esse contrato como uma grande mudança que vai remodelar as alianças estratégicas e militares do Brasil para as próximas décadas, dentro de um contexto em que o país está em vias de se tornar um dos líderes da economia mundial”, escreve o Les Echos.
Lembrando da visita do ministro brasileiro da Defesa, Celso Amorim, a Nova Déli na semana passada, o jornal comenta que a proposta da Dassault é a melhor combinação para cumprir as exigências do governo brasileiro, ou seja, de adquirir um modelo de grande qualidade e com transferência de tecnologia.
“Com a decisão da Índia, o Rafale será muito provalvemente o vencedor (da licitação) aqui”, declarou, pedindo anonimato, uma fonte que acompanha as negociações do Brasil para a escolha do caça.
FONTE: RFI, com informações do Les Echos (também de fevereiro)