Sul-africana Denel ainda pode se beneficiar da produção do Gripen C/D
Segundo o site Engineering News, o surgimento de uma nova geração do Gripen não significa o final do trabalho da África do Sul no atual modelo. Assim, a empresa aeroespacial estatal sul-africana Denel Aerostructures (DAe), ainda poderia se beneficiar de sua relação com a sueca Saab.
Enquanto a Saab está ocupada com o desenvolvimento do JAS39E/F, também conhecido como Gripen NG, o grupo sueco continua oferecendo o modelo JAS39C/D para países que não necessitam ou não podem pagar pelas capacidades superiores da nova versão.
Na terça-feira, o chefe de negócios da exportação da Saab, Eddy de la Mote, disse ao site que o Gripen C/D (C designando o avião monoposto e D o biposto) está sendo oferecido à Tailância, Malásia, Croácia, Eslováquia e Equador. A Tailândia, por exemplo, já opera 12 aeronaves C/D, e a Saab espera que o país encomende mais caças nos próximos anos para substituir caças leves de origem norte-americana. Um dado curioso é que o Equador, citado pelo executivo da Saab, opera atualmente um esquadrão de caças Denel Cheetah C de segunda mão, comprados à África do Sul. Justamente caças que foram substituídos na Força Aérea Sul-Africana pelo Gripen.
Ainda segundo o Engineering News, a DAe fabrica atualmente a unidade do trem de pouso principal (main landing gear unit – MLGU), a fuselagem traseira e os pilones para armamentos compatíveis com a OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte). Vale acrescentar que o MLGU é a parte da fuselagem central onde o trem de pouso é conectado, e não o próprio trem de pouso. No caso de qualquer venda bem-sucedida de novos Gripen C/D, a DAe vai produzir esses componentes para as aeronaves.
Eddy de la Mote disse que, até o momento, “a DAe enviou à Saab mais de 100 MLGUs, mais de 100 fuselagens traseiras e mais de 70 conjuntos de cinco pilones”. Essas partes começaram a ser fabricadas pela DAe como parte dos offsets (compensações) da participação da indústria de defesa da África do Sul, quando este país adquiriu 26 caças Gripen.
Porém, o contrato da Saab com a DAe refere-se apenas à versão C/D. Ou seja, o novo modelo NG ou E/F (E para monoposto e F para biposto) não é coberto pelo atual contrato (nota do editor: vale lembrar que justamente a fuselagem traseira e o arranjo do trem de pouso são diferentes entre as versões C/D e E/F). Mas isso não significaria, segundo De la Motte, que a DAe estaria automaticamente fora da corrida para fornecer partes à nova versão: “Estamos sempre procurando por bons parceiros. Não estamos excluindo ninguém”, disse o executivo da Saab.
Mas, na opinião do Engineering News, há incertezas nesse sentido porque qualquer novo cliente para o JAS39E/F deverá demandar seus próprios trabalhos ligados às compensações pelas suas compras. Ainda assim, De la Motte disse que “offsets podem ser uma parte importante dos acordos, mas ainda é muito cedo para excluir qualquer um.”
Sobre os possíveis clientes para o Gripen E/F, a Saab está oferecendo a aeronave ao Brasil, Dinamarca, Holanda, Suíça e, evidentemente, para a Suécia.
FONTE: Engineering News (tradução, adaptação e edição: Poder Aéreo)
FOTOS: Saab e DSA (Denel Saab Aerostructures)
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