Indianos propõem parceria tecnológica caso Dilma opte pelo caça Rafale

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Convite foi feito quando Índia apresentava várias ofertas de cooperação com o Brasil

 Na reunião bilateral entre Brasil e Índia, na Hyderabad House, o governo indiano informou à presidente Dilma Rousseff que caso ela opte pela compra dos caças Rafale, a exemplo do que a Índia fez, os indianos estão interessados em estabelecer uma parceira tecnológica com os brasileiros, para montarem um projeto conjunto de transferência de tecnologia. De acordo com a oferta, a disposição do governo indiano é de transferir informações que eles recebam em relação ao Rafale, e os três países – Brasil, Índia e França (fabricante do avião), poderiam, então, trabalhar juntos em um projeto de parceria tecnológica.

O convite foi feito no momento em que a Índia apresentava várias ofertas de cooperação com o Brasil, em diferentes setores, por um dos ministros indianos, que participaram da reunião ampliada. A presidente Dilma, no entanto, não deu nenhuma resposta aos indianos, ou teceu qualquer comentário mais detalhado sobre o tema. “Nem cabia ela comentar. A oferta foi feita no momento em que a Índia apresentava proposta de parceria em várias áreas e esta seria apenas mais uma delas”, contou um integrante da delegação brasileira que estava presente à reunião. “Eles ofereceram cooperação e o Brasil ainda vai analisar isso”, confirmou outro interlocutor da presidente.

O Brasil não quer discutir o tema compra de 36 caças para Força Aérea Brasileira antes do mês de maio. Oferta semelhante o governo indiano já havia feito para o ministro da Defesa, Celso Amorim, durante visita que ele fez à Índia, em fevereiro.

A presidente Dilma Rousseff, ao sair de uma reunião com empresários na tarde desta sexta-feira, questionada pelos jornalistas se tinha discutido a compra dos Rafale com a Índia, preferiu ficar em silêncio.

Escândalo indiano

Um escândalo tomou conta da imprensa indiana, nos últimos dias, envolvendo a compra dos caças. O próprio comandante do Exército Indiano, general V.K. Singh, encaminhou uma carta diretamente ao ministro da defesa, ministro da Defesa da Índia A.K. Antony, denunciando que havia irregularidades na compra de diversos equipamentos de defesa, que iam de caminhões e chegavam aos caças e a situação crítica de falta de munição e outros meios para a força defender o País.

A Índia sofre com graves problemas de corrupção. Ocorre que a carta do general vazou para a imprensa, o que irritou profundamente o ministro que prometeu “punição máxima” para quem vazou a carta, justificando que quem fez isso é “um traidor da Pátria”, conforme relatou o jornal The Times of India.

FONTE: Estadão (reportagem de Tânia Monteiro)  FOTO: Dassault

Colaborou: AS Bueno

NOTA DO EDITOR: o Poder Aéreo já havia trazido para os leitores informações a respeito das investigações indianas, com notícias dos mesmos meios citados pelo Estadão (Wall Street Journal e  Times of India) na matéria de ontem “MD indiano diz que negociação do Rafale levará mais oito meses“. E há tempos o assunto não era novidade para os leitores do Poder Aéreo, pois já trazíamos as informações sobre as investigações indianas nas matérias do dia 13 de março “‘Dogfights’ políticos: caças do governo e caças da oposição” e de 18 de fevereiro “MMRCA: processo de escolha é questionado”. Também trouxemos para o debate notícias do Deccan Herald e da Flight Global, na matéria “Rafale: membros do MD Indiano levantam objeções sobre custos do ciclo de vida”.

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