Ingleses ainda têm esperança de vender o Typhoon aos Emirados

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Porém, as notícias recentes são de que o país árabe está perto de fechar contrato com os franceses

Segundo reportagem da Reuters de terça-feira, 20 de março, o grupo de defesa europeu Eurofighter ainda está na disputa para assinar um contrato multibilionário para caças a jato com os Emirados Árabes Unidos (EAU). Ao menos é o que ministros britânicos disseram nesta terça, após receberem notícias de que a França está prestes a fechar o contrato.

Era esperado que o país árabe do Golfo finalizasse um acordo de 10 bilhões de dólares com a francesa Dassault no ano passado, mas as negociações emperraram após os EAU chamarem as condições da proposta de “não competitivas” e “impraticáveis”. Mas um jornal francês noticiou em fevereiro que o acordo com a Dassault estava de volta à pauta, com os Emirados prontos para comprar 60 caças Rafale em março ou abril.

Este seria um novo impulso para a empresa francesa após a Índia lhe conferir a posição de ofertante preferencial para o contrato do caça.

Porém, dois ministros britânicos disseram que ainda esperavam ser capazes de persuadir Abu Dhabi a escolher o Eurofighter Typhoon, que é construído por um consórcio de quatro países, Inglaterra, Itália, Alemanha e Espanha – respectivamente, pela . BAE Systems, Finmeccanica e pelas instalações do grupo aeroespacial europeu EADS nesses dois últimos.

Perguntado se haveria ainda alguma chance para um acordo, o ministro de Comércio e Investimento Stephen Green disse à Reuters: “Eu certamente penso que há uma real possibilidade, (apesar) de haver um competidor importante, como todos sabemos. Tem havido bastante engajamento ministerial.” A declaração foi dada num intervalo de um encontro de líderes de negócios que têm, como meta, ampliar as ligações comerciais com os EAU em setores que vão de defesa e infraestrutura a saúde e teconologia.

O ministro para a Estratégia de Segurança Internacional, Gerald Howarth, disse que o Governo do Reino Unido continua a apoiar a campanha do consórcio Eurofighter nos Emirados, um aliado dos Estados Unidos e um dos maiores exportadores de petróleo do mundo. Ele disse que “há uma real expectativa para parcerias substanciais caso os EAU selecionem o Typhoon. Isso agora é uma real possibilidade, graças tanto à intervenção do primeiro ministro e, obviamente, as respostas por parte dos EAU.”

O Primeiro Ministro Britânico David Cameron visitou os Emirados logo após assumir, em 2010. A Grã-Bretanha espera que a indústria e as exportações possam ajudar na retomada de sua economia, que anda devagar, além de melhorar a balança comercial e aliviar o aperto de cinto nos gastos.

O consórcio Eurofighter encara uma disputa dura por contratos com a Dassault, assim como contra o caça F-35 da Lockheed e o F/A-18 Super Hornet da Boeing. Enquanto os orçamentos ocidentais encontram-se em declínio, as empresas têm se tornado mais dependentes de encomendas da Ásia e do Oriente Médio.

A BAE Systems disse que a Inglaterra e os EAU têm a melhor oportunidade de uma geração para chegar a um acordo que poderia ajudar ambos os países. Alan Garwood, diretor de desenvolvimento de negócios do grupo, disse na reunião: “Nós vemos o Typhoon como um potencial catalizador não só da relação de defesa, mas também industrial.”

FONTE: Reuters (tradução, adaptação e edição: Poder Aéreo)

FOTO: Eurofighter (K. Tokunaga)

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