Substituição dos T-38: seis anos entre a decolagem do contrato e o pouso na base
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O lapso de seis anos entre a prevista concessão de um contrato e o início das operações de novos jatos de treinamento contrasta com a proposta do programa T-X da USAF, que fala em aeronaves “de prateleira”
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Segundo o site Flight Global, a aeronave que for escolhida para substituir os jatos treinadores T-38 da USAF (Força Aérea dos EUA) vai se defrontar com uma lacuna de seis anos no cronograma.
Isso porque os cortes orçamentários que estão afetando as Forças Armadas dos EUA não deixará imune o Comando de Educação e Treinamento Aéreo (Air Education and Training Command – AETC) da USAF, apesar de sua importância na formação dos pilotos do futuro. E um dos programas mais caros do comando, que é o programa T-X para substituição de seus 508 envelhecidos jatos Northrop T-38 Talon, estão sob escrutínio tanto do Estado Maior da USAF.
Os planos estabelecidos há três anos eram de conceder um contrato para 350 novos jatos de treinamento no final de 2014, para que as primeiras unidades o recebessem em 2017. Esses planos atraíram, com sua perspectiva de venda de centenas de jatos, pelo menos quatro concorrentes: uma versão (T-100) do M-346 da italiana Alenia Aermacchi, o T129 Hawk da inglesa BAE Systems, o T-50 da sul-coreana Korea Aerospace Industries (KAI) em parceria com a norte-americana Lockheed Martin e, provavelmente, uma nova aeronave desenvolvida pela Boeing especialmente para a missão.
Porém, as lideranças da USAF não se comprometeram ainda, de maneira contundente, a investir no programa, que nunca entrou para a lista das três maiores prioridades da Força Aérea. E, em novembro do ano passado, o AETC anunciou que o planejadores do orçamento do Departamento de Defesa estava, de fato, considerando o adiamento da entrada em serviço do T-X devido a “restrições orçamentárias.”
E neste ano de 2012, no início de fevereiro, o AETC confirmou que haverá um atraso de três anos para a IOC (initial operational capability – capacidade de operação inicial) da futura frota de T-X, esticando o início da substituição do T-38 do ano fiscal de 2017 para o de 2020. Ao mesmo tempo, o orçamento total do T-X para o período dos anos fiscais de 2013 a 2016, foi reduzido em 70,1%, para 82,9 milhões de dólares. Inicialmente, o AETC disse que o contrato foi adiado em um ano, documentos orçamentários subsequentes revelaram que não haverá mudança na data original de concessão do contrato: setembro de 2014. Assim, haverá um período de seis anos entre a concessão do contrato e a operação inicial (IOC) dos jatos.
Essa período de seis anos coloca os potenciais concorrentes ao T-X num dilema, já que os mesmos documentos também descrevem o futuro substituto do T-38 como uma aeronave “de prateleira”, ou seja, não se deseja um desenvolvimento. Isso porque a USAF sabe que pelo menos três jatos de treinamento avançado já estão em produção no mundo. A USAF ainda não explicou o porquê da concessão do contrato será tão antes da data de entrada em serviço, se tão pouco trabalho de desenvolvimento deverá ser feito.
Segundo o Flight Global, essa confusão aparece nas atitudes dos fabricantes interessados em concorrer no programa T-X. A inglesa BAE Systems se destaca numa campanha de vendas para o processo, expondo o Hawk a pilotos da USAF e anunciando uma parceria com a Northrop Grumman e a L-3 Link Simulation & Training. A italiana Alenia afirma que o programa é uma oportunidade estratégica, e já demonstrou como o sistema de treinamento em solo do T-100 (M-346) pode ser colocado em rede com programas utilizados para o treinador primário Hawker Beechcraft T-6 Texan II, em serviço na USAF.
Por outro lado, tanto a Lockheed Martin quanto a Boeing têm mostrado um posicionamento menos agressivo em relação à disputa. Ambas já mostraram imagens de seus conceitos em eventos da USAF, mas não anunciaram nenhuma parceria de grande porte ou demonstrações ligadas especificamente ao programa T-X. Isso porque provavelmente as empresas entendem que há tempo mais do que suficiente para esperar que a USAF esclareça essa grande lacuna de seis anos no cronograma de aquisição.
Enquanto isso, a USAF lançou o programa Pacer Classic III para revitalização estrutural do T-38C. O programa visa preservar a capacidade de voo de 125 jatos T-38C que estão sob alto risco de serem proibidos de voar, ao longo dos próximos oito anos. Assim que a revitalização for completada, espera-se que a frota de T-38 possa continuar voando até 2026.
FONTE: Flight Global (tradução, adaptação e edição: Poder Aéreo)
FOTOS: USAF, KAI, BAE Systems e Alenia Aermacchi
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