MD do Canadá não descarta possibilidade de desistir do F-35

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Uma equipe da Defesa está preparando cenários alternativos ao acordo do F-35, o que a oposição ao Governo entende como ‘Plano B’ – uma  sutil mudança de tom em relação ao apoio firme de meses atrás

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Segundo o jornal Winnipeg Free Press, está havendo uma sutil mudança na retórica do Ministério da Defesa do Canadá a respeito do F-35. Há poucos meses, o Ministro da Defesa associado Julian Fantino declarava, frente a uma plateia norte-americana ligada a negócios, que havia um apoio decidido ao programa F-35. “Nós vamos comprar o F-35”, disse ele em 8 de novembro do ano passado em Fort Worth, no Texas (EUA), onde são produzidos os caças.

Mas nesta terça-feira, 13 de março, Fantino disse ao comitê de defesa do Parlamento: “Obviamente, até o momento nós ainda não descartamos a possibilidade de sair do programa.” O comentário foi feito após uma série de perguntas incisivas de parlamentares de oposição. Embora o governo conservador diga que ainda acredita que o F-35 é a melhor escolha para substituir a envelhecida frota de  CF-18, as declarações que o ministro fez na terça-feira sugerem um caminho mais cauteloso: “Nós iremos, algum dia, tomar a decisão definitiva. Ainda não assinamos o contrato para a compra.”

Nenhuma das outras nações envolvidas no projeto desistiram da opção de deixar o programa, e Fantino disse que o Canadá também não fará isso. “Estou sendo realista”, disse o ministro, fora do ambiente do comitê, negando também que o governo esteja diminuindo seu apoio ao jato. Ainda segundo o ministro, “até que um dia a compra seja assinada e esteja pronta para seguir em frente, eu creio que a única resposta apropriada para mim é ser franco. Estamos comprometidos com o programa. Queremos fazer o melhor possível para nossos homens e mulheres e para os contribuintes canadenses, no que se refere à substituição dos CF-18.”

O ministro também insistiu que o Governo não vai deixar a Força Aérea Canadense se arruinar quando a atual frota de CF-18, adquirida na década de 1980, atingir o final de sua vida útil projetada, por volta de 2020.

O crítico da área de defesa John McKay descreveu a declaração como uma “bem-vinda mudança de tom”, que evidentemente decorreu de uma reunião em Washington, no início do mês, onde as nações parceiras tiveram uma oportunidade de questionar tanto o fabricante do F-35 quanto o Pentágono, que está coordenando as encomendas internacionais. “Minha pergunta é: por que isso demorou tanto? Estamos falando isso há anos”, disse McKay.

Por meses, Fantino vinha insistindo que não havia necessidade de um plano reserva (backup) no caso de novos atrasos no projeto. Mas, na terça-feira, ele disse ao comitê que aguardava a preparação, por uma equipe da Defesa, de cenários alternativos ao contrato do F-35, o tão falado Plano B que a oposição ao Govenro vinha exigindo. Fantino descreveu o pedido como uma pesquisa do tipo “e se” (cenário futuro). Dan Ross, que é a autoridade responsável por aquisições no Ministério da Defesa, disse que sua equipe e a Força Aérea Canadense tem monitorado continuamente o mercado internacional de aeronaves, mas minimizou a ideia de que há muitas opções disponíveis: “Não vemos uma mudança no que existe por aí”, disse Ross.

FONTE: Winnipeg Free Press (tradução, adaptação e edição: Poder Aéreo)

FOTOS: jsf.mil e Força Aérea Canadense

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