Mercado internacional e desenvolvimento tecnológico pautaram visita de presidente do parlamento sueco ao Senado

A Secretaria de Imprensa da Presidência do Senado publicou uma matéria de considerável extensão a respeito da visita de comitiva sueca ao Senado, na qual também se falou da visita dos suecos ao vice-presidente da República. Selecionamos abaixo alguns trechos. A íntegra pode ser lida no link para a fonte, no final.

 

“Somos um país pequenininho e precisamos do mercado internacional”, argumentou o presidente do Parlamento da Suécia no início da audiência com o presidente do Senado, José Sarney. Por sua vez, Sarney respondeu que há no mundo de hoje e do futuro algo mais importante do que o tamanho: “a importância dos países será medida pelo seu desenvolvimento tecnológico“.

À frente de uma delegação de parlamentares e empresários suecos que chegou ao Brasil no último dia 5, Per Westerberg tem focado seus encontros nos temas de inovação, alta tecnologia e direitos humanos. Na reunião com Sarney ele lembrou que a Suécia investe no país há mais de 100 anos: “As mais de 200 empresas suecas instaladas no Brasil geram cerca de 600 mil empregos”.

O PIB sueco de US$ 406 milhões equivale à metade do estado de São Paulo. Mas, em contrapartida, a Suécia, segundo dados do Banco Central, é o 19º maior investidor no Brasil. Também é o país maior consumidor do etanol brasileiro na União Europeia e importante aliado nos esforços para a criação de um mercado internacional de biocombustível. O intercâmbio comercial entre Brasil e Suécia é superior a US$ 2 bilhoes por ano.

Ao destacar as afinidades políticas entre Brasil e Suécia, José Sarney citou o princípio da neutralidade “onde o diálogo sempre é o melhor caminho para se conquistar a paz”. Como membros da Coalização da Nova Agenda, os dois países defendem que o desarmamento mundial passe não apenas pela redução numérica dos arsenais nucleares, mas também pela “deslegitimização” dos armamentos atômicos.

O parlamentar sueco informou a Sarney que no seu encontro com o vice-presidente Michel Temer tratou de assuntos relacionados à proteção de fronteiras e do processo de seleção de caças promovido pelo Ministério da Defesa. A empresa sueca SAAB, que concorre com os caças Gripen, inaugurou recentemente centro de pesquisa e desenvolvimento em São Bernardo do Campo/SP. Depois de ressaltar que a transferência de tecnologia “é um ponto sensível nessa concorrência”, Sarney disse estar confiante na condução desse assunto pelo governo brasileiro.

Os presidentes discutiram também a crise econômica europeia, o apoio da Suécia as Forças da OTAN na Líbia e no Afeganistão e demonstraram preocupação comum em relação ao Irã. Ao final do encontro, Sarney valorizou a afirmativa de Per Westerberg de que a Suécia participará ativamente da Conferência Rio+20: “Já compartilhamos conferências similares como a de Estocolmo em 1972 e a do Rio de janeiro em 1992”.

A delegação sueca comandada por Westerberg, é composta pelas parlamentares Cecilia Widegren (Partido Moderado), Carina Adolfsson Elgestam (Partido Social Democrata) e a diretora do Parlamento, Kathrin Flossing, além dos empresários Marcus Wallenberg Conselho Administrativo da AB Volvo, pelo presidente da Saab AB, Håkan Buskhe e pelo fundador e presidente da Fundação Spinalis, Claes Hultling.

Pelo lado brasileiro, além de José Sarney, a reunião contou com a vice-presidente do Senado, Marta Suplicy (PT/SP) e Waldemir Moka (PMDB/MS).

Em visita à Suécia em julho de 2008, o então Ministro de Assuntos Estratégicos, Mangabeira Unger, formulou proposta de estabelecimento de parceria estratégica entre Brasil e Suécia. A proposta brasileira motivou a vinda ao Brasil, em março de 2009, da Ministra do Comércio Exterior, Ewa Björling, na qualidade de coordenadora do assunto pelo lado sueco.

Em maio de 2011, o Primeiro-Ministro Fredrik Reinfeldt realizou visita ao Brasil, ocasião em que manteve encontro com a Presidenta da República, Dilma Rousseff. A Suécia é importante aliado do Brasil nos esforços para liberalizar o mercado de etanol da União Europeia (UE), já tendo envidado esforços nesse sentido junto aos parceiros comunitários e à Comissão Europeia. Diante do interesse comum em promover o emprego de biocombustíveis e em desenvolver o mercado internacional do etanol, Brasil e Suécia concluíram, em setembro de 2007, Memorando de Entendimento sobre Cooperação na Área de Bioenergia, incluindo Biocombustíveis, em vigor desde abril de 2009.

Outra vertente importante da cooperação bilateral é a técnico-militar, ao amparo do Memorando de Entendimento sobre Cooperação em Assuntos Relativos à Defesa, celebrado em 2000. Oficiais do Brasil participam com freqüência de cursos de treinamento em operações de paz oferecidos pelo Centro Internacional das Forças Armadas da Suécia (SWEDINT).

FONTE / FOTOS: Secretaria de Imprensa da Presidência do Senado

FOTO DO ALTO: Agência Brasil

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