Brasil não tem política de longo prazo para aviação civil, diz professor da UFRJ
Anderson Vieira
– Noventa e nove por cento das atenções estão voltadas para quem desfila no tapete vermelho do Oscar: grandes companhias aéreas, principais aeroportos e, quando acontece algum problema, o espaço aéreo. O restante é marginal, deixado de lado e nunca está no top five. Simplesmente, não está na agenda política – afirmou.
Infraestrutura aeroportuária e transporte comercial de passageiros, conforme alertou o professor, não são as únicas áreas da aviação civil, que engloba, também, segundo observou, capacitação de mecânicos, formação de pessoal e aviações executiva, esportiva e agrícola, além de outros setores importantes.
– Num país com vocação para o agronegócio como o Brasil, o que é feito pela aviação agrícola? Ninguém sabe. Qual o número de aeronaves e de pilotos? Qual a idade média dessa frota? Há empresas operando ou os aviões são dos fazendeiros, que os emprestam para o vizinho ou ao amigo, quando necessário? Isso também é aviação civil. – disse o professor.
Conac
O professor também fez críticas à atuação do Conselho de Aviação Civil (Conac), órgão de assessoramento da Presidência da República. Em sua opinião, o conselho “não faz absolutamente nada” e já deveria ter sido instinto.
– Eles se reúnem somente quando acontece algum acidente de grandes proporções. Tinha esperança de que acabariam com o conselho após a criação da SAC [Secretaria de Aviação Civil], mas insistem no erro – afirmou.
O professor da UFRJ sugeriu ainda que seja criada no âmbito da SAC uma estrutura que contemple outros setores da aviação.
– Se a SAC nasceu errada, tem que ser consertada – concluiu.
FONTE: Agência Senado