Brasil não tem política de longo prazo para aviação civil, diz professor da UFRJ

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Anderson Vieira

O Brasil não tem uma política pública de aviação civil de médio e longo prazos e o que é feito pelo governo ignora segmentos importantes do setor. A opinião é do especialista e professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Respício Antônio do Espírito Santo, que participou, na manhã desta quarta-feira (7), de uma audiência pública da Subcomissão Temporária sobre a Aviação Civil do Senado.

– Noventa e nove por cento das atenções estão voltadas para quem desfila no tapete vermelho do Oscar: grandes companhias aéreas, principais aeroportos e, quando acontece algum problema, o espaço aéreo. O restante é marginal, deixado de lado e nunca está no top five. Simplesmente, não está na agenda política – afirmou.

Infraestrutura aeroportuária e transporte comercial de passageiros, conforme alertou o professor, não são as únicas áreas da aviação civil, que engloba, também, segundo observou, capacitação de mecânicos, formação de pessoal e aviações executiva, esportiva e agrícola, além de outros setores importantes.

– Num país com vocação para o agronegócio como o Brasil, o que é feito pela aviação agrícola? Ninguém sabe. Qual o número de aeronaves e de pilotos? Qual a idade média dessa frota? Há empresas operando ou os aviões são dos fazendeiros, que os emprestam para o vizinho ou ao amigo, quando necessário? Isso também é aviação civil. – disse o professor.

Conac

O professor também fez críticas à atuação do Conselho de Aviação Civil (Conac), órgão de assessoramento da Presidência da República. Em sua opinião, o conselho “não faz absolutamente nada” e já deveria ter sido instinto.

– Eles se reúnem somente quando acontece algum acidente de grandes proporções. Tinha esperança de que acabariam com o conselho após a criação da SAC [Secretaria de Aviação Civil], mas insistem no erro – afirmou.

O professor da UFRJ sugeriu ainda que seja criada no âmbito da SAC uma estrutura que contemple outros setores da aviação.

– Se a SAC nasceu errada, tem que ser consertada – concluiu.

FONTE: Agência Senado

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