Rafale: membros do MD Indiano levantam objeções sobre custos do ciclo de vida
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Segundo jornal Deccan Herald, devido a objeções de membros do Ministério da Defesa Indiano é possível que a data de assinatura com a Dassault seja adiada – já matéria da Flight Global de hoje traz declarações de fonte do Ministério desmentindo a notícia
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Segundo reportagem publicada na segunda feira (5 de fevereiro) no jornal indiano Deccan Herald, membros do Ministério da Defesa Indiano levantaram objeções a respeito dos custos do ciclo de vida que foram computados para o Rafale, caça escolhido para negociação exclusiva no programa MMRCA (avião de combate multitarefa de porte médio). O programa MMRCA visa a aquisição de 126 aeronaves a um custo estimado de 20 bilhões de dólares, sendo considerado o maior contrato de defesa do mundo, atualmente.
Com essas objeções, poderá ser adiada a data de assinatura do contrato com a empresa fabricante do caça, a francesa Dassault Aviation.
As informações foram dadas ao jornal por duas fontes de alta patente da Força Aérea Indiana. As objeções estariam partindo de dois membros do Ministério da Defesa Indiano no Comitê de Negociação do Contrato (Contract Negotiations Committee – CNC). Eles estão questionando os baixos custos de ciclo de vida que foram empregados anteriormente a respeito do Rafale, que foi escolhido para o MMRCA em detrimento do concorrente Eurofighter Typhoon. Os representantes do Ministério acreditam que os custos foram declarados como muito mais baixos do que deveriam ser.
Uma das fontes disse que “não há unanimidade entre os membros do CNC e que, sem chegar a uma decisão unânime, a aquisição do Rafale poderia ser adiada.” Essa avaliação dos representantes do MD de que os custos do ciclo de vida do Rafale deveriam ser mais altos deriva, muito provavelmente, da histórica confiança do estabelecimento de defesa em aeronaves russas. De acordo com as fontes, as autoridades do MD no CNC “não estão satisfeitas” com a baixa avaliação do custo do ciclo de vida.
Esse desacordo vem num momento em que o comitê também deverá revisar outros itens envolvendo o Rafale, o que inclui o custo da célula, motor, aviônicos, sistemas de armas e sobressalentes, entre outros. Sabe-se que os representantes do Ministério levantaram suas objeções algum tempo depois das propostas comerciais terem sido abertas e continuaram a discordar do cálculo baixo dos custos de ciclo de vida do Rafale em reuniões recentes do comitê.
Esse posicionamento “maximalista” do Ministério é desconcertante especialmente após o Governo Indiano ter aconselhado, recentemente, às Forças Armadas que priorizassem suas aquisições capitais porque 70% dos fundos já estão comprometidos com aquisições aprovadas. Numa situação em que apenas 30% dos fundos disponíveis sobram para novas aquisições, foi dito às Forças Armadas para “não pressionar por todos os contratos.”
Nesse contexto, as fontes disseram que “seria uma tarefa difícil” para a Força Aérea Indiana pagar pelo contrato do Rafale caso ele seja assinado daqui a quatro ou cinco meses, devido aos requerimentos imediatos da Força para treinadores a jato, novos motores para os caças Jaguar e helicópteros leves e pesados.
A Dassault está no processo de iniciar discussões com os fornecedores para esclarecer melhor as várias possibilidades de compensações (offsets) e uma proposta final a respeito é esperada para abril ou maio. A empresa espera uma finalização do contrato (do Rafale) por volta do final deste ano.
Mas uma “fonte sênior” do Ministério da Defesa, menos otimista, disse que “os 30% de fundos restantes não permitirão acomodar o MMRCA e o constrangimento dos fundos deixará um grande ponto de interrogação sobre o destino deste acordo”, acrescentando que a assinatura do contrato com a Dassault Aviation está “bem longe”.
Contactado pelo jornal por telefone, o porta-voz oficial do Ministério da Defesa, Sitangshu Kar, disse que “tudo está progredindo sem problemas. Porém, eu não tenho uma atualização sobre os desenvolvimentos relacionados ao MMRCA na última quinzena.”
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Nesta terça-feira, porém, matéria da Flight Global traz declaração de fonte do Ministério da Defesa Indiano desmentindo objeções
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Segundo a Flight Global, a Índia confirmou que começaram as negociações finais com a Dassault para a aquisição de 126 caças Rafale, e que a Força Aérea Indiana pretende retirar seus MiG-21 de serviço a partir de 2014. Fonte do Ministério da Defesa disse que conversações estão em andamento com a Dassault, que em fevereiro conseguiu a posição de fornecedor “L1”, com a oferta de menor valor para a concorrência MMRCA. A fonte também disse que é falsa uma notícia, veiculada numa publicação indiana e baseada em fontes não divulgadas, de que aumentaram as preocupações sobre cálculos referentes aos custos do ciclo de vida do Rafale.
A posição de L1 permite que a Dassault conduza as negociações finais para o contrato com o CNC indiano. Assim que iniciadas, as negociações entre o CNC e a Dassault poderiam levar entre seis meses e um ano para serem completadas, de acordo com uma fonte da indústria. Analistas estimaram o valor do contrato entre 10 e 20 bilhões de dólares.
FONTES: Deccan Herald e Flight Global (tradução, adaptação e edição: Poder Aéreo)
NOTA DO EDITOR: o Poder Aéreo já havia trazido matéria dizendo que haviam questionamentos, por parte duas autoridades do Ministério da Defesa Indiano, a respeito do processo de escolha do Rafale para o MMRCA. Elas não estariam concordando com suposições não validadas e colocaram ressalvas por escrito no documento que declarou o Rafale como vencedor. Havendo conexão entre a matéria anterior (a primeira da lista de links logo abaixo) e esta nova, pode-se supor que se trata das mesmas autoridades do Ministério e que suas ressalvas desde aquela ocasião relacionavam-se aos cálculos sobre o custo do ciclo de vida. Isso, evidentemente, se a tanto a matéria anterior quanto a recente forem verdadeiras, pois matéria veiculada hoje pela Flight Global (por volta das 11h30, quando o conteúdo sobre as objeções já estava aqui), traz declaração de uma fonte do Ministério da Defesa Indiano de que é falsa a notícia sobre o aumento das preocupações relativas ao custo do ciclo de vida.
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