A Boeing está tentando inclinar a balança a seu favor na disputa do FX-2 do Brasil ao entrar em aliança com a fornecedora de aviônicos AEL Sistemas, uma subsidiária local da israelense Elbit Systems.

Como a Boeing tem poucas expectativas de exportação para o F/A-18E/F Super Hornet, a empresa está investindo fortemente no mercado brasileiro, diz o analista Richard Aboulafia, do Teal Group. A nova aliança da Boeing com a AEL, cujos produtos apresentam uma forte associação ao programa brasileiro da aeronave Embraer KC-390, não é uma coincidência.

“A parceria poderia desempenhar um papel significativo” em garantir a vitória do Super Hornet, diz Aboulafia.

A Boeing selecionou a Elbit para fornecer sistemas de exibição de grande área (Large Area Display) para substituir várias telas menores para o Super Hornet e o ainda de desenvolvimento privado F-15SE Silent Eagle. Elbit, por sua vez, se comprometeu a investir no desenvolvimento de aviônicos avançados de cockpit na AEL.

Este acordo ajuda a cumprir parte da transferência de tecnologia que o Brasil quer como parte de qualquer negócio dos caças.

“A Boeing e seus principais parceiros fornecedores (Tier 1) estão empenhados em trazer as tecnologias chave para o Brasil”, diz o chefe de aeronaves militares da Boeing, Chris Chadwick. “Através dos projetos selecionados para a AEL Sistemas, a Boeing e a Elbit apoiarão o objetivo brasileiro de desenvolver as capacidades da indústria aeroespacial local.”

De acordo com um memorando de entendimento assinado entre a Boeing e a Elbit em 5 de março, a AEL irá participar do desenvolvimento, produção e suporte de partes do sistema de exibição de grande área (Large Area Display). O esforço também irá abrir caminho para o estabelecimento de um “centro de excelência em tecnologias avançadas de cockpit” no Brasil. Isso permitiria à AEL expandir suas ofertas de aviônicos a outras aeronaves de asa fixa e helicópteros, segundo a Boeing.

O Boeing F/A-18E/F concorre com o Gripen E/F da Saab e o Rafale da Dassault numa competição que alguns acreditam que a aeronave deve ganhar se nutrir quaisquer esperanças de garantir clientes estrangeiros adicionais ao atual caça de ataque da US Navy

Enquanto o caça francês Rafale era visto como favorito no governo anterior, a atual administração da presidente Dilma Rousseff parece estar empenhada em manter a competição aberta.

“Ela deixou muito claro que será uma competição aberta”, disse Aboulafia.

FONTE: Flightglobal (tradução, adaptação e edição: Poder Aéreo)
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