Embraer pode participar da licitação para venda de aviões aos Estados Unidos, diz enviado de Obama
Renata Giraldi
O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Itamaraty, embaixador Tovar Nunes, considerou “positivo” o tom da conversa entre Patriota e Burns e disse que o subsecretário americano destacou o “novo momento bilateral que vivem o Brasil e os Estados Unidos”. Segundo o embaixador, Burns reiterou que o “Brasil é efetivamente um parceiro estratégico” para os norte-americanos.
“O clima foi cordial e franco”, disse Tovar. O porta-voz negou que a decisão dos Estados Unidos de suspender o contrato de compra de aviões da Embraer tenha gerado mal-estar com o Brasil. “[A decisão norte-americana] não foi um ato hostil, não foi para fechar portas, disse Burns. Não há desconforto. Não existe desconforto. Existe a surpresa. A surpresa passou”, disse o embaixador.
Ontem (1º) Burns havia informado que existe possibilidade de ser revista a decisão que suspendeu a compra de 20 aviões militares modelo A-29 Super Tucano, com valor de cerca de US$ 355 milhões. Em nota, o Itamaraty informou ontem (1º) que recebeu com “surpresa” a decisão norte-americana. O governo dos Estados Unidos decidiu cancelar a compra no dia 28.
“O governo brasileiro recebeu com surpresa a notícia da suspensão do processo licitatório de compra de aviões A-29 Super Tucano pela Força Aérea dos Estados Unidos, em especial pela forma e pelo momento em que se deu”, disse o comunicado do Itamaraty.
A nota alertou que a medida pode atrapalhar as relações bilaterais entre o Brasil e os Estados Unidos. “[O governo brasileiro] considera que esse desdobramento não contribui para o aprofundamento das relações entre os dois países em matéria de defesa. O governo brasileiro continuará a manter diálogo com as autoridades norte-americanas sobre o assunto”, diz a texto. (Edição: Nádia Franco)
FONTE: Agência Brasil