No Brasil, Senado reprova atitude dos EUA de cancelar compra da Embraer

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A Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional do Senado reprovou nesta quinta-feira a atitude do governo dos Estados Unidos de cancelar a compra de 20 caças da Empresa Brasileira de Aeronáutica (Embraer). O presidente da comissão e ex-presidente da República, Fernando Collor (PTB-AL), ressaltou que a iniciativa do governo do presidente Barack Obama “prejudica a parceria entre brasileiros e estadunidenses em um campo tão relevante como a defesa”.

Collor disse, em seu pronunciamento no início da reunião da comissão, que a decisão tomada pelo governo americano foi uma medida protecionista e contrária a princípios fundamentais “das boas práticas internacionais”. Ele acrescentou que, em 30 de dezembro de 2011, os Estados Unidos concluíram o processo de concorrência e anunciaram a escolha da Embraer para o fornecimentos dos caças Super Tucano.

O parlamentar destacou que a iniciativa é ainda mais prejudicial para o comércio entre os dois países em um momento em que o governo brasileiro busca, com apoio do Legislativo, incentivar o desenvolvimento da indústria de defesa. Os Estados Unidos pretendem vender ao Brasil caças F-18 Super Hornet, no processo de reaparelhamento da Força Aérea Brasileira (FAB).

Cancelamento

Na última terça-feira, a Força Aérea americana informou ter cancelado contrato de US$ 355 milhões para o fornecimento de 20 aviões de combate leve e treinamento Super Tucano, da fabricante brasileira Embraer, citando problemas com a documentação.

A empresa brasileira, entretanto, disse que forneceu toda a documentação requerida no prazo solicitado. A Força Aérea disse que vai rescindir o contrato efetivamente na sexta-feira e investigar a decisão da licitação, que também está sendo contestada na Justiça dos EUA pela americana Hawker Beechcraft.

Em comunicado, a Embraer “lamenta” a decisão. “A decisão a favor do Super Tucano… foi uma escolha pelo melhor produto, com desempenho em ação já comprovado e capaz de atender com maior eficiência às demandas apresentadas pelo cliente”, disse a Embraer. A fabricante disse ainda que “permanece firme em seu propósito de oferecer a melhor solução para a Força Aérea dos EUA e aguardará mais esclarecimentos sobre o assunto” para decidir os próximos passos.

FONTE: Agência Brasil

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