Embraer vai contra-atacar após cancelamento dos EUA
Embraer estuda como reagir ao cancelamento de pedido de 20 caças, no valor de US$ 355 milhões, à Força Aérea americana
Patrícia Nakamura
Oficialmente, a Embraer diz que “aguardará mais esclarecimentos sobre o assunto” mas, de acordo com fonte ouvida pelo Brasil Econômico, a diplomacia brasileira poderá ser acionada e a Embraer não descarta recorrer à justiça americana.
A compra, cancelada ontem por parte da Força Aérea americana renderia US$ 355 milhões aos cofres da Embraer e poderia chegar aos US$ 950 milhões, caso o governo dos EUA ampliasse a encomenda para 55 aviões, que seriam empregados em treinamento e ataque ao solo. O que fez o governo americano voltar atrás no contrato firmado com a companhia brasileira foi o forte lobby da Hawker Beechcraft.
Fundada em 1932 e com receita de US$ 2,8 bilhões, em 2010 – último dado disponível – desde 30 de dezembro do ano passado, a Hawker não fez outra coisa a não ser contestar o resultado da licitação que deu preferência aos caças fabricados pela companhia brasileira. Além de recorrer à justiça para contestar o resultado da concorrência, a Hawker organizou uma campanha no Congresso e na opinião pública, com apelos nacionalistas. Nem as mídias sociais ficaram de fora da estratégia.
A Hawker participou da concorrência com o modelo A-6 (sic), mas teve sua proposta desclassificada pela própria defesa americana por não cumprir exigências da licitação.
A Força Aérea americana disse em nota que cancelou o contrato da Embraer porque encontrou problemas na documentação apresentada pela companhia brasileira e que toda licitação será submetida a investigação. “Buscamos a perfeição, mas às vezes falhamos e tivemos que tomar ações corretivas”, disse o secretário das Forças Armadas Michael Donley.
A Embraer instalaria uma nova linha de montagem em sua fábrica na Flórida e produziria os caças em parceria com a empresa de equipamentos de segurança Sierra Nevada, sua parceria na licitação. A entrega do primeiro jato (sic) estava prevista para 2013. “Venda de armamentos sempre são objeto de árduas disputas internacionais”, lembrou Geraldo Cavagnari, o coronel da reserva da Aeronáutica e especialista em defesa do Núcleo de Estudos Estratégicos da Unicamp.
FONTE: Brasil Econômico