…mas do modelo F1, da Força Aérea Francesa

Volta e meia, aparecem notícias de que Líbia poderia adquirir caças Mirage 2000-9 dos Emirados Árabes Unidos (EAU), num negócio triangulado com a França para permitir que esta venda caças Rafale para os EAU – isso porque os Emirados solicitaram a recompra de seus Mirage como requisito para adquirir o Rafale.

Porém, pode ser que um “primo mais velho” do Mirage 2000 seja adquirido pela Líbia. Segundo o site Defense News, uma autoridade francesa de defesa disse que a Líbia é vista como potencial compradora de caças Mirage F1 usados, provenientes da Força Aérea Francesa (Armée de l’air). Os franceses estão gradualmente substituindo aeronaves Mirage pelo Rafale e não deverá demorar muito para que seus Mirage F1 sejam retirados de serviço.

A Líbia já é operadora de caças Mirage F1, tendo adquirido 38 aeronaves do tipo no final da década de 1970. Porém, o embargo internacional de venda de armamentos imposto ao país após o atentado a um avião da Pan Am na Escócia, em 1988, levou ao congelamento do envio de peças de reposição à frota. Depois de 2005, quando foram retomadas as relações da Líbia com o mundo ocidental, a França assinou um acordo para colocar em condições de operação 12 Mirage F1 líbios, num contrato de 100 milhões de euros (133 milhões de dólares), com equipamentos fornecidos pela Thales e Safran.

A matéria também destaca que o ministro da Defesa da França, Gérard Longuet, deverá visitar a Líbia entre os dias 25 e 26 de fevereiro. Há preocupações de que a instabilidade continue na Líbia, com abusos aos direitos humanos, lutas entre milícias rivais e inabilidade do Conselho de Transição Nacional em conseguir apoio popular.

FONTE: Defense News

FOTOS: Força Aérea Francesa (Armée de l’air)

NOTA DO EDITOR: no recente conflito da Líbia, os Mirage F1 receberam destaque logo no início, quando duas aeronaves remanescentes da frota líbia pousaram em Malta após seus pilotos desertarem das forças de Kadhafi. Pouco tempo depois, era a vez de exemplares franceses realizarem missões sobre o país, tanto de ataque ao solo, na versão CT, quanto de reconhecimento, na versão CR (a foto ao final da matéria mostra um dos caças empregados, com um tanque de combustível de grande capacidade sob o pilone ventral, duas bombas guiadas sob as asas, mísseis ar-ar nas pontas das asas, entre outros equipamentos).

A versão de reconhecimento do Mirage F1 deverá deixar o serviço na Força Aérea Francesa até 2014, segundo informe da Thales publicado ontem (23 de fevereiro) referente a um contrato para adaptar pods de reconhecimento ASTAC à versão Mirage 2000D. O contrato recebido pela DGA (agência francesa de aquisição de material de defesa) prevê que naquele ano a adaptação do pod ao Mirage 2000D esteja completa, o que inclui todas as modificações necessárias na interface com a aeronave. O ASTAC foi usado pelos Mirage F1CR franceses no conflito da Líbia, e também  foi projetado para ser carregado sob a fuselagem de aviões F4 Phantom, segundo a Thales (clique aqui para ver informe da empresa sobre o contrato).

Com a  desativação dos longevos Mirage F1 cada mais próxima (os Mirage 2000C de caça e N de ataque convencional e nuclear também já vêm sendo desativados) e a adaptação do pod de reconhecimento ao Mirage 2000D, que é a versão de fabricação mais nova do Mirage 2000 na França, está sendo aumentada a capacidade multitarefa deste último, e a Força Aérea Francesa vai se aproximando mais do “high-low” mix de Rafale e Mirage 2000D que está nos seus planos de médio prazo – isso porque, até a próxima década, também deverão deixar o serviço os Mirage 2000-5, que são Mirage 2000C modernizados e utilizados exclusivamente para defesa aérea. Para saber mais sobre esse “mix” e também sobre o Mirage F1 tanto no conflito da Líbia quanto na Força Aérea Francesa e outras, clique nos links a seguir.

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