Segundo agência de notícias, Brasil espera conseguir desconto no F-X2

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Matéria publicada pela UPI (United Press International) na terça feira, 14 de fevereiro, diz que o Brasil tem esperanças de que a crise financeira atual dará uma vantagem ao país sobre os fornecedores que competem no seu programa F-X2, ajudando a garantir um acordo mais barato para a aquisição de até 36 caças.

O Brasil pretende substituir caças obsoletos, incluindo os franceses Mirage, na primeira linha do inventário de sua Força Aérea, como parte da tão falada competição F-X2, estimada em 8 bilhões de dólares. Negociadores brasileiros já teriam recebido ofertas francesas com descontos que chegariam a 2 bilhões de dólares em relação ao preço total, no caso do Brasil escolher o francês Rafale, da Dassault.

Outros fabricantes competidores oferecem outros incentivos e “amaciadores”, que incluem maiores transferências de tecnologia na montagem e fabricação do caça escolhido. O Brasil espera que o contrato permita construir as fundações de uma indústria aeroespacial avançada. A fabricante brasileira Embraer compete com diversos dos competidores do F-X2 em outras áreas, incluindo jatos de passageiros e aviões militares de transporte tático.

O país anunciou há três anos a sua intenção de adquirir substitutos para sua frota envelhecida de jatos, mas adiou a decisão para este ano. A França era considerada favorita para vencer o contrato multibilionário, mas a norte-americana Boeing (que compete com o F-18 Super Hornet) iniciou a identificação de indústrias brasileiras que poderia contratar no caso de ser a vencedora. Já foi dito que alguns comandantes brasileiros estariam favoráreis ao JAS-39 Gripen NG, argumentando que a sueca Saab oferece opções de transferência de tecnologia atrativas.

O Brasil deu baixa em um esquadrão de caças Mirage III que comprou na década de 1980 (sic) e os substituiu, a partir de 2006, por 12 Mirage 2000C de segunda mão. A aviação de caça de primeira linha da Força Aérea Brasileira é largamente considerada como obsoleta, e pronta para substituição.

Analistas dizem que o adiamento do F-X2 deve-se principalmente à política interna e à transição do presidente anterior,  Luiz Inácio Lula da Silva, para a presidente atual,  Dilma Rousseff. Mas também dizem que as condições econômicas e um mercado global de defesa florescente, em disputa por clientes, parecem estar trabalhando a favor do Brasil.

Autoridades brasileiras disseram que o país não estaria com muita pressa de assinar um contrato se pode esperar para garantir melhores condições de preço e de transferência de tecnologia. Os comandantes militares estão confortáveis com o inventário intermediário de aviões de combate do país, que incluem os jatos de ataque subsônicos AMX, produzidos em parceria com a Itália, com os turboélices Super Tucano fabricados no Brasil, utilizados para vigilância e contra-insurgência, e com os P-3 Orion reformados , empregados na patrulha costeira.

FONTE: UPI (tradução, adaptação e edição: Poder Aéreo)

FOTOS: Boeing, Dassault e Saab (incluindo as utilizadas na fotomontagem da abertura da matéria, que segue a ordem alfabética dos fabricantes)

NOTA DO EDITOR: retiramos do texto um erro grave da matéria original, que se soma à década errada de aquisição dos Mirage III e ao fato de não fazer qualquer menção aos F-5 modernizados quando diz que a aviação de caça de primeira linha da FAB é obsoleta (ou talvez, na opinião internacional, eles não sejam dignos de nota, vai saber): a matéria dizia que seis fabricantes disputavam o F-X2, sem fazer referência à “short list” que deixou apenas três competidores, Boeing, Dassault e Saab.

A reportagem não traz nada de muito novo, mas como surge na mídia internacional em meio a notícias de outras competições importantes (Índia e Suíça), e provavelmente vai repercurtir em outros países, achamos que vale a pena ser debatida para trazer para o lado brasileiro as discussões mais pautadas por outras disputas. Publicamos também porque dá a deixa para uma pergunta aos leitores: vocês acham que o Brasil pode conseguir algum “desconto” no contrato do F-X2, como diz a matéria?

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