Noruega investe em defesa enquanto critica declínio da capacidade da OTAN
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Críticas são do ministro da Defesa da Noruega, que também afirmou que tentará coordenar compras conjuntas de F-35 com outros países
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Reportagem do site Defense News desta sexta-feira, 13 de setembro, traz críticas do Ministro da Defesa da Noruega, Espen Barth Eide, à atrofia da capacidade da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte), em defender seus membros contra agressões por parte de forças convencionais inimigas.
O ministro disse a uma platéia no Centro para Estudos Estratégicos e Internacionais em Washington, EUA, que “o Artigo 5 não está numa boa situação. Não estou me referindo à vontade política, mas à capacidade atual de resposta se algo acontecer no teatro transatlântico em relação a um tipo mais clássico de agressão”. Segundo Eide, exercícios têm mostrado que a capacidade da OTAN em conduzir operações militares convencionais vem declinando de forma marcante.
O ministro norueguês falou sobre os cortes nos orçamentos de defesa dos membros da aliança: “Eu acho que estamos piorando devido aos muitos cortes que estão acontecendo em muitos países europeus. Se não formos inteligentes, (os cortes de defesa) poderão levar a um enfraquecimento ainda mair nas nossas habilidades-chave para nos defendermos.” Se essas habilidades forem enfraquecidas, também serão perdidas as capacidades da OTAN em conduzir operações fora de sua área, como no Afeganistão, segundo o ministro. Ele acrescentou que a OTAN precisa reforçar o Artigo 5 do tratado e que o declínio das capacidades convencionais tem que parar. O foco de grandes exércitos conduzindo operações de estabilização precisa mudar para o ar e o mar.
A reportagem do Defense News diz que a Noruega está reagindo à ameaça com o crescimento de seu orçamento de defesa e com programas de modernização. O país é uma potência no norte da Europa, rica em petróleo, e está adquirindo navios de guerra equipados com sistemas de combate Aegis, novos sistemas de inteligência, reconhecimento e vigilância, além de caças furtivos F-35. Eide disse que “estamos comprando o F-35, e espero que consigamos obtê-lo.
A Noruega realizou um “conjunto complexo de simulações” que mostrou que, emquanto caças convencionais e não furtivos como o Eurofighter Typhoon, o Dassault Rafale, e o Saab Gripen de nova geração são perfeitamente adequados a guerras como a do Afeganistão, onde há um ambiente de ameaças permissivo, apenas o F-35 é capaz de lutar contra um adversário de alta capacidade. Sem mencionar o nome, o ministro disse que uma ameaça como essa existe na vizinhança da Noruega, que tomou uma “decisão em princípio de comprar quatro aeronaves iniciais, planejando uma frota de 48 caças F-35.
O ministro ainda disse que, embora um conflito do tipo possa não ser provável, ele continua sendo teoricamente possível e, assim, a Noruega precisa investir em armas que poderiam combater um inimigo sofisticado. O país advoga o conceito de “defesa inteligente”, em que as nações poderiam unir seus recursos para se tornarem um comprador maior, mas a ideia não é nova: Eide citou a frota de F-16 da Europa, em que Noruega, Portugal, Dinamarca, Holanda e Bélgica cooperam extensivamente em logística, modernizações e treinamento conjunto, e que o valor dessa cooperação apareceu no conflito da Líbia.
Apesar de não acreditar que um conceito de “defesa inteligente” seja possível no curto prazo, o ministro afirmou que o programa F-35 oferece o potencial para um acordo similar entre os operadores desse caça furtivo. Reuniões estão sendo realizadas entre os potenciais operadores europeus do F-35, mas o problema é que cada país tem seus ciclos de decisão, e estes não estão sincronizados.
O jornal Norway Post também trouxe matéria sobre as declarações de Eide sobre seu desejo de tentar coordenar a compra do F-35, pela Noruega, com outros países interessados (à exceção dos EUA). A ideia foi apresentada quando o ministro deixava os Estados Unidos na tarde de quinta-feira, após uma reunião com o executivo Bob Stevens da Lokheed Martin, que fabrica o caça.
Outros países interessados no F-35 são o Reino Unido, Canadá, Turquia, Dinamarca e Holanda. O ministro da Defesa Holandês, Hans Hillen, também solicitou à Noruega e à Dinamarca para cooperarem na compra do novo caça, e os problemas econômicos que podem levar a cortes de defesa na Europa e EUA são um importante fator nos esforços para coordenar as aquisições.
FONTES: Defense News e Norway Post (tradução, adaptação e edição: Poder Aéreo)
FOTOS: Lockheed Martin e OTAN