Decisão japonesa sobre caças deve sair nesta terça-feira*

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F-35 é o possível vencedor, segundo analistas da indústria e reportagens

Artigo do correspondente do site Asia Times Online em Tóquio, Kosuke Takahashi, diz que apesar do anúncio do Governo Japonês sobre a escolha de seu novo caça não ser esperado antes desta terça-feira, analistas da indústria e reportagens na mídia dão como certa a opção pelo F-35 da Lockheed Martin. Mas alguns expecialistas militares ainda insistem que o F-35 não é a melhor aeronave para atender às necessidades japonesas.

A decisão deve ser tornada pública nesta terça-feira, numa reunião do Conselho de Segurança presidida pelo Primeiro Ministro Yoshihiko Noda. São três os candidatos do programa “F-X” do Japão, lançado em 2007, e que visa iniciar a substituição de uma frota já envelhecida de quns 67 caças Mitsubishi/McDonnell Douglas F-4EJ: o F-35 Lightning II da Lockheed Martin, o F/A-18E/F Super Hornet Block II da Boeing, e o Typhoon do consórcio europeu Eurofighter.

Uma escolha pelo F-35 indicaria que a prioridade foi as capacidades furtivas de alta tecnologia e as relações com os Estados Unidos, segundo especialistas, apesar dos mais altos custos de aquisição, manutenção e, potencialmente, um nível menor de participação da indústria local. Mas o F-35 é o único caça de quinta geração entre os três.

Os quatro critérios para o Ministério da Defesa do Japão escolher um dos concorrentes são: desempenho da aeronave e de suas armas, preço, participação de empresas locais na produção e reparos e o apoio pós-venda para manutenção, por parte dos fabricantes. Sobre o critério de desempenho, o Ministério tem focado em furtividade, performance cinemática e capacidade de processamento de informações. Não está certo se o Ministério vai divulgar a posição atingida pelos concorrentes nos 100 pontos das três categorias, mas é dito que o F-35 foi o que atingiu a maior pontuação.

Para o Japão, é necessário adquirir caças de quinta geração o mais cedo possível, porque o país está inseguro sobre a capacidade de seus 28 sites de radar em detectar aeronaves dessa nova geração (atualmente, são efetivos contra ameaças de terceira e quarta gerações). E a quinta geração estará operando, no futuro próximo, em vizinhos como Rússia (Sukhoi PAK-FA T-50) e China (Chengdu J-20).

Os debates entre especialistas militares é se o F-35 seria realmente adequado aos requerimentos japoneses para um caça de superioridade aérea. Diversos analistas de defesa argumentam que, como o F-35 é mais um bombardeiro furtivo que um caça, sendo otimizado para missões de ataque ao solo fugindo dos radares e à noite, não seria adequado a um país como o Japão, que mantém uma política orientada exclusivamente à defesa. Já o Eurofighter Typhoon, que teria como prós o seu desempenho em combate aéreo, seria preferido por ser orientado à defesa aérea.

O fabricante do F-35, a Lockheed Martin, discorda do argumento dizendo que o caça “foi desenvolvido e construído para se contrapor às mais avançadas ameaças aéreas e terrestres, exatamente o ambiente de defesa que o Japão encara hoje e deverá encarar no futuro”. A empresa também confia que o caça poderá ser entregue ao Japão já em 2016, pois já existem aeronaves sendo entregues hoje, os fundos para a produção do caça nos primeiros cinco anos (ou seja, até 2016 estão colocados em contrato e o sistema produtivo do caça tem capacidade suficiente para acomodar as encomendas japonesas.

O Ministério da Defesa planeja que as primeiras quatro entregas do vencedor do “F-X” sejam realizadas em 2016, para um total que deverá  ficar entre 40 e 50 caças. Os custos previstos para as aeronaves são de 4 bilhões de dólares mas a mídia diz que, incluindo os pacotes de manutenção e reparos, o valor deverá chegar a 1 trilhão de ienes, ou 12,8 bilhões de dólares.

FONTE: Asia Times Online (tradução, adaptação e edição: Poder Aéreo)

FOTO: jsf.mil

*lembrando que, com a diferença de fuso horário e resguardada uma pequena variação no horário de verão brasileiro, a terça-feira no Japão começa na metade da segunda-feira do Brasil.

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