Matéria do portal de notícias colaborativo Allvoices, baseada em informações divulgadas em novembro pela Jane’s Defence Weekly, aponta para o desenvolvimento japonês de um caça de sexta geração, com capacidade “counter stealth” (contra aeronaves furtivas).

O caça de 6ª geração será construído baseado no conceito ATD-X (Advanced Technology Demonstrator-X), que é um demonstrador de tecnologia. Em breve, o próprio ATD-X deverá ter iniciada a produção de sua célula. Ainda segundo a matéria, até o final do ano espera-se que o Ministério da Defesa do Japão e a Mitsubishi Heavy Industries assinem um contrato do ATD-X, sendo que já foi preparado um orçamento de 39,2 bilhões de ienes (aproximadamente meio bilhão de dólares ou 934 milhões de reais), para o período 2009-2016.

Segundo o diretor do Instituto de desenvolvimento de sistemas aéreos e pesquisa para desenvolvimento técnico do Japão, tenente general Hideyuki Yoshioka, “tecnologicamente, o Japão não tem problemas para desenvolver capacidades furtivas (em aeronaves). Nós faremos uma grande aeronave”.

Os planos de desenvolvimento chineses para o caça de quinta geração Chengdu J-20, assim como a aeronave russa Sukhoi PAK-FA T-50, torna mais urgente o desenvolvimento da aeronave japonesa. Yoshioka afirma que os japoneses sabem “detectar efetivamente os caças de terceira e quarta geração à distância, mas com a emergência das aeronaves de quinta geração nós não temos certeza de como será o desempenho dos radares na ocasião.” O general espera que o ATD-X faça seu voo inaugural no ano fiscal de 2016, e vê isso como “uma absoluta necessidade, vital para a defesa aérea do nosso país.”

Ainda assim, o ATD-X não deverá ser produzido em massa para assumir o papel do Mitsubishi F-2, sendo usado apenas para pesquisar uma variedade de tecnologias avançadas e a integração de sistemas, como base para a produção de um caça de sexta geração. No conceito japonês, o caça de 6ª geração terá a habilidade I3 (informado, inteligente, instantâneo), sendo “counter stealth”, ou antifurtivo, e substituirá a frota de caças F-2.

Apesar de não se antecipar obstáculos tecnológicos para o Japão, espera-se que essa iniciativa gere atritos políticos com seu principal aliado, os Estados Unidos, que sempre colocaram objeções no desenvolvimento de caças pelos japoneses. Uma alternativa seria convidar os EUA para desenvolver em conjunto o caça de sexta geração.

FONTE: Allvoices (tradução, adaptação e edição: Poder Aéreo)

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