Rafale para os Emirados: general diz que problema é financeiro e contratual

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Reportagem da UPI (United Press International) sobre os problemas já relatados na negociação do caça Rafale para os Emirados Árabes Unidos (EAU), traz declaração do Maj. Gen. Khaled al-Buainnain, ex-comandante da Força Aérea dos EAU, sobre a questão financeira do caça da francesa Dassault. Vale lembrar que no último dia 16 de novembro, após três anos de negociações, o príncipe da coroa Sheik Mohammed bin Zayed (também responsável pelas forças armadas da federação) disse uma “bomba”: “Infelizmente, a Dassault não parece entender que toda a disposição política e diplomática no mundo pode se sobrepor a condições comerciais não competitivas e impraticáveis.”

Khaled Al-Buainnain, que foi arquiteto do desenvolvimento da Força Aérea dos EAU como um poder de destaque na região do Golfo Pérsico, afirmou que a questão principal é o mesmo o custo do Rafale, e não sua tecnologia:

“Os Emirados Árabes Unidos sempre tiveram requerimentos especiais. Eu creio que a questão do aprimoramento já foi resolvida e que o problema agora é financeiro e contratual. Trata-se de um gigantesco projeto que precisa de estudos”, disse o Maj. Gen. Khaled al-Buainnain na semana passada, durante o Dubai Airshow 2011.

Sobre os aprimoramentos técnicos desejados pelos EAU, a reportagem listou o aumento da potência dos motores M88 da francesa Snecma (do grupo Safran) em 1,5 toneladas, passando para 9 toneladas de empuxo cada. O aumento do alcance e desempenho do radar (da Thales) e uma suíte aprimorada de guerra eletrônica também estariam na lista.

Outro ponto que vinha postergando o final da negociação era a demanda que os EAU fizeram em fevereiro de 2010, de que o Rafale deveria ser armado com o míssil SLAM ER/2 da norte-americana Boeing, no lugar do AM-39 da MBDA europeia (este último visto em um caça Rafale na foto abaixo). O SLAM (stand-off land-attack missile – míssil de ataque terrestre para lançamento fora do alcande das defesas inimigas) é um desenvolvimento do míssil antinavio Harpoon, lançado de aeronaves. Trata-se de uma arma guiada de alta precisão, capaz de atingir alvos fixos em terra ou navios no porto ou no mar. Os Emirados querem mísseis capazes de penetrar profundamente no Irã, que as nações árabes do golfo veem como uma ameaça em potencial.

Os Emirados também querem que a França encontre compradores para seus 63 caças Mirage 2000-9DAD e RAD.  Não se sabe se Paris já os encontrou.

Enquanto isso, os EAU solicitaram ao consórcio europeu Eurofighter detalhes técnicos do caça Typhoon como uma alternativa possível ao Rafale. Uma delegação do consórcio fez uma apresentação a autoridades dos Emirados em 17 de outubro e receberam um pedido de proposta (RFP – requested for proposal). Os EAU também mostraram interesse renovado no F/A-18E/F Super Hornet da norte-americana Boeing, que se considera estar no mesmo nível tecnológico desejado por  Abu Dhabi.

FONTE: UPI (tradução, adaptação e edição: Poder Aéreo)

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