Primeira exportação do Rafale pode ser anunciada na próxima semana

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Após combater sobre os céus da Libia, os caças Rafale da França seguem para os Emirados Árabes Unidos (EAU) para outra batalha feroz cujo propósito é fechar um acordo para a primeira venda externa do avião de combate francês.

O elegante Rafale, construído pela Dassault Aviation, deve voar durante o Dubai Air Show, um evento bienal que ocorrerá ao longo de cinco dias, começando neste domingo. Autoridades francesas recentemente deram a entender que eles elevaram seus esforços com o propósito de vender 60 jatos de combate Rafale para os Emirados Árabes Unidos, em um negócio estimado em US $ 10 bilhões. O ministro da Defesa francês Gerarde Longuet disse na semana passada que havia “uma probabilidade muito alta” de que o contrato fosse firmado. “É um acordo importante para este país”, Longuet disse na televisão francesa LCI. “Quando você equipa uma frota aérea, é para os próximos 40 anos, de modo que o comprador estabelece suas condições.”

O anúncio do negócio pode vir durante o Dubai Air Show, que normalmente serve como um local para divulgar acordos na área de aviação. O acordo com os EAU é fundamental para os franceses, que investiram muito capital político e grande esforço na venda sendo que eles até enviaram para o UAE o chefe do Estao-Maior da Força Aérea Francesa, General Jean-Paul Paloméros, para dar um empurrão final.

Os Emirados Árabes Unidos mantêm conversações com a Dassault desde 2008 para comprar o Rafale, e se sair o acordo, esta será a primeira exportação do caça francês. Isso seria um avanço crucial não apenas para o fabricante, mas para a França também.

“Os franceses estão interessados ​​em expandir suas relações de defesa com os estados do Conselho de Cooperação do Golfo (GCC) porque se veem como uma potência regional ao lado do Reino Unido e dos Estados Unidos. Então o que se vê é um grande esforço deles”, informou Theodore Karasik, diretor de pesquisa do Instituto de Análise de Defesa Militar para o Oriente Médio ao The Line Media.

O Dubai Air Show chega em um momento de turbulência para a indústria aeroespacial, como as companhias aéreas lutam contra preços mais altos de combustível e uma economia mundial enfraquecida. Mas mesmo assim anúncios de grandes encomendas de aviões civis são esperadas durante o evento, que acredita atrair dezenas de milhares de visitantes e promete ser maior do que o de 2009.

A Boeing planeja mostrar seu 787 Dreamliner em sua apresentação de estréia no Oriente Médio. A companhia norte-americana também está trazendo seus aviões militares, como os caças F-18 e F-15, aviões de transporte C-130J e helicópteros de ataque Apache.

Ninguém sabe ao certo o valor do mercado de armas do Oriente Médio porque muitas vendas não são relatadas e as que são divulgadas podem não acontecer. Mas o Stockholm International Peace Research Institute (SIPRI) estima que os Emirados Árabes Unidos juntamente com outros países do Golfo concordaram em comprar algo como 123bilhões de dólares em armas ao longo da próxima década.

No meio das negociações da Dassault com os Emirados Árabes Unidos, a federação do Golfo virou-se para a gigante norte-americana Lockheed Martin para comprar seus caças F-16 ao invés do Rafale. Uma década atrás, os Emirados Árabes Unidos fizeram um dos maiores negócios aeroespaciais da história do Médio Oriente quando ordenaram a compra de 80 F-16 no valor de US $ 7,3 bilhões. O F-16 encomendados pelos EAU eram de uma versão tecnicamente mais avançada que a utilizada pelos mesmos caças da Força Aérea dos EUA. Os Emirados Árabes Unidos também iniciaram negociações com a Boeing sobre o F-18 Super Hornet.

Os franceses precisam urgentemente de uma vitória de exportação para o Rafale, a fim de mostrar sua competência militar e ajudar a pagar os custos de produção da aeronave, o que poderia explicar os seus esforços determinados para minar a oferta americana.

Todas as vendas de caça são políticas. Esta tomou um pouco mais de tempo porque há outros aspectos em negociarão “, disse Karasik, aludindo a denúncias de vendas de mísseis e links de satélite.

Os novos jatos são para eventualmente substituir os  envelhecidos Mirage 2000-9, adquiridos na década de 1990. Como gesto de boa vontade, a França já teria se oferecido para comprar de volta a frota de Mirage.

O lucrativo mercado para vendas de aviões militares no Oriente Médio está favorável para negócios, pois muitas das forças no Golfo  estão modernizando suas frotas. Um acordo desses para a França seria um passo importante para abrir outras portas neste mercado.

FONTE: themedialine.org

TRADUÇÃO E ADAPTAÇÃO: Poder Aéreo

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