Boeing revela mais detalhes do ‘International Roadmap’ do Super Hornet

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Segundo o site Aviation Week, engenheiros da Boeing revelaram mais detalhes do “International Roadmap” do caça F-18 Super Hornet. O nome entre aspas refere-se ao programa que visa incorporar melhorias no caça para possíveis clientes internacionais. A revelação dos detalhes aparece na esteira das reações da Boeing e da Lockheed Martin (fabricante do F-35) após a eliminação das duas empresas norte-americanas na competição do novo caça da Índia. E também estão relacionados à busca de negócios, pela Boeing, em países que não são parceiros do F-35, como é o caso do Japão.

Diversas forças aéreas buscam novos caças e não estão interessadas apenas no desempenho dos radares e aviônicos, mas também nas capacidades de combate dos caças em engajamentos além do alcance visual (BVR). A intenção da Boeing, com esse programa, é aprimorar a célula básica do Super Hornet para melhor razão empuxo / peso, aceleração, agilidade, manobrabilidade, persistência no combate, características furtivas (baixa observação) e capacidades de sensores.

Um foco de melhorias está nos novos tanques conformais (CFTs). De acordo com cálculos preliminares, um Super Hornet com dois CFTs e um tanque externo central, convencional, teria o mesmo raio de combate que hoje só pode ser atingido com três tanques externos. O posicionamento dos CFTs no dorso, próximos ao centro de gravidade da aeronave, permite esse desempenho e também reduz a quantidade de trabalhos de ajustes aerodinâmicos (trim) realizados pelos estabilizadores horizontais, o que permite um menor arrasto gerado por esses estabilizadores.

Além disso, os CFTs não requerem modificações no programa (software) de controle de voo, segundo a Boeing, embora a confirmação só possa ser feita após testes de voo e em túnel de vento. Os primeiros esforços deverão ser completados ao final deste ano, com outra bateria de testes em 2012, segundo os engenheiros.

Além dos CFTs, a Boeing também está promovendo a substituição dos pilones e pontos duros da fuselagem e asas do F-18 por casulos porta-armamentos (Enclosed Weapons Pods – EWPs), cada um deles capaz de carregar quatro mísseis BVR  AIM-120 Amraam, uma bomba de 2.000 libras ou duas de 500 libras.

Segundo a Boeing, ainda que cada EWP tenha um peso vazio planejado de 370 kg, essa “adição” é mais do que compensada pela eliminação de pilones e trilhos de lançamento, as melhorias aerodinâmicas decorrentes, assim como a diminuição da seção reta radar. Com dois EWPs sob as asas e um sob a fuselagem, o Super Hornet pode carregar 12 mísseis BVR Amraam, além dos dois AIM-9Xs das pontas das asas para engajamentos WVR.

Porém, os EWPs precisam ainda ser certificados para uso em voos supersônicos e fatores de carga em combate. Além disso, a Boeing ainda não se decidiu se vai modificar um Super Hornet existente para testar os CFTs e / ou os EWPs em voo. A Boeing também precisa detalhar suas estimativas de ganho em desempenho para o Super Hornet equipado com uma versão melhorada General Electric F414, em conjunto com o “Transonic Flight Quality Improvement wing package”,  CFTs e EWPs.

Mas a empresa afirma que o tempo de aceleração da velocidade de cruzeiro para velocidade supersônica na faixa de  Mach 1,3-Mach 1,5 será reduzido, dependendo da configuração e altitude da aeronave. Essa redução, comparada a um Super Hornet convencional, poderá ser entre 2 a 3,5 vezes. Durante uma missão típica de patrulha aérea de combate, em altitudes próximas a 40.000 pés, o tempo necessário para acelerar da velocidade de patrulha para a de combate supersônico deverá ser reduzida de 2 a 3 vezes.

Embora esteja claro que um Super Hornet assim modificado vai voar, acelerar, manobrar com potência de sobra, comparado ao atual Super Hornet nos mesmos envelopes de voo, até o momento o conceito do “International Roadmap” conta com fundos de pesquisa e desenvolvimento da própria Boeing. A empresa deseja um cliente para financiar mais desenvolvimentos e integrações, assim como os testes dessas melhorias.

FONTE: Aviation Week (tradução, adaptação e edição: Poder Aéreo)

FOTOS: Boeing e Flightglobal

COLABOROU: Vader

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