Investigação pode tirar Embraer de concorrência nos EUA

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Silvana Mautone

Uma investigação que vem sendo conduzida pela Securities and Exchange Comission (SEC, a comissão de valores mobiliários dos Estados Unidos) pode prejudicar os negócios da Embraer no mercado americano. Se considerada culpada, a empresa pode ser impedida de fazer negócios com o governo americano, multada e os executivos envolvidos podem ser condenados a até cinco anos de prisão.

Na divulgação do balanço referente ao terceiro trimestre deste ano, a Embraer comunicou que está sendo investigada pela SEC por possível descumprimento do US Foreign Corrupt Practices Act (em tradução livre, Lei Contra Práticas de Corrupção no Exterior). Essa lei proíbe empresas listadas no mercado americano de subornar oficiais de governos estrangeiros ou fazer qualquer outro tipo de pagamento ilegal em troca de benefícios nos negócios.

Segundo o comunicado da Embraer, a empresa “contratou advogados externos para conduzirem um processo de investigação interna acerca de transações realizadas em três países específicos”, sem citar quais países são esses. Procurada pela Agência Estado, a Embraer não respondeu ao pedido de entrevista até o fechamento desta edição.

A investigação pode prejudicar a Embraer na disputa de um contrato de cerca de US$ 1,5 bilhão em andamento com o governo americano. Com o Super Tucano, a Embraer é uma das quatro finalistas para fornecer 100 aviões de ataque leve e reconhecimento armado para as Forças Armadas dos Estados Unidos.

A versão básica do Super Tucano custa entre US$ 10 milhões e US$ 15 milhões. Se vencer essa concorrência, a venda para o governo americano seria a maior venda de aviões Super Tucano já realizada pela Embraer desde o seu lançamento.

Além da Embraer, estão na disputa a americana Hawker-Beechcraft, com o T-6 Texan, a italiana Alenia, com o jato Alenia Aermacchi M-346, e a suíça Pilatus Aircraft, com o Pilatus PC. Vencer essa concorrência significaria para a Embraer uma porta de entrada para o maior mercado de defesa do mundo, que é o americano.

FONTE: O Estado de São Paulo, via Notimp

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