Brasil faz a alegria dos fabricantes de turboélices
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Com isso, ela terá 51 unidades nos ares, contra 39 da aérea americana. Não é difícil entender a repentina volta do interesse das brasileiras por aviões propulsionados por hélices. Com o preço das tarifas em queda e a demanda da nova classe média por viagens crescendo, as aéreas de menor porte notaram potencial para atender cidades menores, deixadas de lado por TAM e Gol. Para estruturar essas rotas com baixos custos, elas escolhem a opção mais econômica. “Quando aumenta o custo do combustível, o turbo-hélice se torna muito vantajoso para voos de curto alcance em comparação aos jatos”, diz Jorge Leal Medeiros, professor de transporte aéreo e aeroportos da Escola Politécnica da USP. A ATR promete custos de operação 35% menores e economia de 40% de combustível diante dos jatos. A nova geração de turbo-hélices também chama a atenção por sua alta tecnologia, idêntica à das mais avançadas aeronaves do mundo. A ATR até compartilha a sua fábrica em Toulouse, no sudoeste da França, com a Airbus. Ambas fazem parte do mesmo grupo, o gigante europeu Eads – no caso da ATR, em parceria com a italiana Finmeccanica.
Mesmo os pontos fracos dos aviões movidos a hélice não prejudicam a disputa pelo mercado que desejam explorar. A menor velocidade e a autonomia de voo tornam esses modelos inviáveis apenas na competição por longos trajetos. “Em rotas curtas, de até 500 quilômetros, a velocidade não é um fator essencial”, diz Bagnato. “Um jato faria o mesmo percurso entre dez e 15 minutos mais rapidamente, mas com custos muito superiores.” A ATR ainda se beneficia da falta de competição em seu nicho de atuação. A única forte concorrente é a canadense Bombardier, com o Q400. Dessa forma, a ATR voa com poucas resistências pelo mercado global. Neste ano, ela registrou o seu recorde de vendas mundiais – superando o resultado de 2007 –, com 145 pedidos firmes e a opção de compra de outros 72 aviões. Com isso, a ATR garantiu vendas de US$ 3,2 bilhões e a possibilidade de chegar a US$ 4,8 bilhões. Apenas as encomendas garantidas fazem com que detenha 80% do mercado de aeronaves com capacidade entre 50 e 90 assentos.
FONTE: Isto É Dinheiro