Depois de lançar 950 armas guiadas na Líbia, França fechará fábrica de bombas ‘burras’
Os helicópteros da França realizaram a maioria (90%) das missões de combate de asas rotativas da colisão sobre a Líbia, confirmando a destruição de 550 alvos. Segundo o Sr. Gérard Longuet, Secretário de Defesa e Assuntos Veteranos, 950 bombas guiadas foram lançadas por caças Rafale da Força Aérea e da Marinha e Mirage 2000 da Força Aérea, incluindo um número indeterminado de bombas guiadas a laser, 15 mísseis SCALP e 225 AASM. Além disso, helicópteros franceses lançaram 431 mísseis HOT. Os navios Marinha francesa também dispararam 3.000 projeteis de 100mm e de 76 mm. Um outro número de munições não especificadas incluíam foguetes disparados por helicópteros e navios militares.
No geral, no início da campanha, as missões dos Rafale utilizaram preferencialmente munições guiadas por GPS devido à maior confiabilidade e ao maior alcance (particularmente importante para lançar as armas fora do alcance das defesas aéreas da Líbia). Enquanto os Rafales levavam de 4 a 6 ASSM, eles voavam em formações mistas com caças Mirage 2000D que levavam duas bombas LGB e pods Damocles. Mísseis SCALP foram disparados em apenas uma ou duas missões, principalmente por Rafales da marinha contra alvos na base aérea líbia de Al-Jufra (Hun).
SAMP fecha as portas
Apesar do amplo uso de bombas neste conflito, a fabricante francesa de material bélico Société des Ateliers de Pont sur Mécaniques Sambre (SAMP), produtora de bombas de queda livre, está a encerrar a produção por causa da diminuição dos pedidos domésticos. Na verdade, a última encomenda no valor de 9 milhões de euros para 1.200 ogivas Km82 foi anunciada pela agência francesa de aquisição de material de defesa (DGA) em 2009 como parte de um plano de recuperação econômica para repor os estoques originalmente previstos até 2014.
Como fornecedor exclusivo para a Força Aérea Francesa e aviação naval, além de clientes no exterior, a SAMP foi uma importante empresa de produção de bombas de emprego geral, ou bombas “burras”, por mais de 50 anos. No entanto, o aumento da concorrência com os EUA desde que a França padronizou seus armamentos para atender aos padrões OTAN, e o foco em armas de alta precisão, o volume de encomendas caiu. A SAMP era a fornecedora principal para as bombas guiadas AASM, desenvolvidas pela Sagem, e agora ela terá que procurar um outro fornecedor no exterior se o Rafale e um armamento de origem francês for selecionado pela Índia ou pelo Brasil. Os militares franceses podem contar com bombas importadas dos EUA, mas para exportação discute-se uma cooperação com a empresa IMI de Israel.
FONTE: Defense Update
TRADUÇÃO E ADAPTAÇÃO: Poder Aéreo
NOTA DO EDITOR 1:a SAMP fechou as portas, mas colocou todo o seu acervo técnico à venda, incluindo linha de produção e transferência de tecnologia.
NOTA DO EDITOR 2: “coincidentemente” hoje a SAGEM, que fabrica os kits AASM para guiagem de bombas, informou sobre a entrada em operação da versão IR das AASM, assunto que já tínhamos tratado aqui no Poder Aéreo (clique aqui para acessar matéria).
COLABOROU: GHz