Juppé, o novo piloto da venda do Rafale para os Emirados

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Alain Juppé, ministro das relações exteriores da França, é colocado na linha de frente para a venda do caça Rafale aos Emirados Árabes Unidos. O Salão Aeronáutico de Dubai, em novembro, pode ser palco do anúncio da primeira venda do caça ao exterior.

Segundo reportagem de 11 de outubro do jornal francês Les Echos, a designação do ministro das relações exteriores (também chamado de ministro de assuntos estrangeiros) e número dois do governo para a tarefa de vender o Rafale aos Emirados Árabes Unidos (EAU), é reflexo de que a França está se envolvendo em alto nível de estado nesse negócio. Juppé entra num momento em que as negociações estão bastante avançadas.

Seria então a reta final para a venda de sessenta caças Rafale aos Emirados? Fontes indicaram ao jornal que o Governo Francês, ao designar Juppé para pilotar as negociações, mostra que a França está envolvida em alto nível nesse negócio, como é comum em casos de vendas de grande porte na área de defesa e segurança. Num exemplo dos anos 1990, o contrato “Miksa” para um sistema de proteção das fronteiras da Arábia Saudita, o então ministro do interior Charles Pasqua foi quem estabeleceu um contrato com Riyad.

A decisão de envolver Juppé nas negociações foi tomada após o encontro entre o presidente Nicolas Sarkozy e o cheikh Mohammed bin Zayed al-Nahyan, príncipe herdeiro de Abu Dhabi. O encontrou deu-se em Paris, em 27 de setembro. Alain Juppé intervém num momento em que as duas partes estão mais próximas do que nunca de um acordo, levando em conta que o Rafale não conseguiu ainda ser vendido para o exterior. Apesar do caso precedente com o Brasil impôr cautela, muitos citam o Salão Aeronáutico de Dubai, em meados de novembro, como o momento de se anunciar o negócio.

Em matéria de aviões de combate, a questã0 política normalmente se sobressai à técnica, já que uma venda desse tipo implica em décadas de parceria estratégica de defesa. E, em matéria de política, o chefe do “Quai-d’Orsay” (como é chamado o Ministério das Relações Exteriores da França, por sua localização em Paris) parece ser a pessoa certa para dar o empurrão final nas negociações do Rafale para os Emirados. Juppé desempenhou um papel chave junto ao Oriente Próximo e Oriente Médio durante a crise na Líbia, o que reforçou sua estatura diplomática na região.

No caso de outra oportunidade para a venda do Rafale ao exterior, a concorrência da Índia para a aquisição de 126 aviões de combate, as coisas também estão se movendo, ao menos segundo a mídia local. O jornal “Times of India” noticiou que Nova Déli deu sinal verde para a abertura das propostas finais dos dois concorrentes restantes, o Rafale e o Eurofighter. As autoridades locais terão um mês para calcular qual das duas propostas é a mais barata.

Contatados pelo Les Echos, o “Quai-d’Orsay” e a Dassault não quiseram comentar a notícia.

FONTE: Les Echos (tradução, adaptação e edição: Poder Aéreo)

FOTOS: Força Aérea Francesa (Armée de l’air) e Ministério da Defesa da França

NOTA DO EDITOR: de novembro do ano passado a fevereiro deste ano, Alain Juppé ocupou o cargo de ministro da defesa da França, tendo sido precedido por Hervé Morin e sucedido por Gérard Longuet. Como ministro das relações exteriores, cargo que já havia ocupado antes na década de 1990, foi precedido por Michèle Alliot-Marie, que renunciou após receber críticas sobre sua conduta à época da crise política da Tunísia.

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