Qual poderia ser o ‘F’ do Rafale?
Na maioria das vezes em que incorporou uma nova aeronave de caça, a FAB (Força Aérea Brasileira) seguiu o costume de lhe dar uma designação alfanumérica coerente com a utilizada no país de origem. Ainda na era do motor a pistão com hélice, o representante mais conhecido foi o caça norte-americano P-47, que recebeu a mesma designação na FAB. Em 1952, mudou-se o “P” para “F”, e eles passaram a ser chamados de F47, seguindo a própria alteração realizada anos antes na Força Aérea do país de origem, os EUA, onde seus caças deixaram de ser designados com o “P” de “Pursuit” e receberam o “F” de “Fighter”.
Os Gloster Meteor F Mk 8 de origem britânica tornaram-se os F-8 da FAB. Os F-80 e F-5 norte-americanos foram denominados da mesma forma por aqui. Os caças Mirage III comprados na França marcaram uma pequena diferença no padrão, tornando-se os F-103 da FAB – mas pode-se dizer que ao menos o número “3” do original está presente na designação F-103. Saltamos abruptamente das designações de um, dois ou três dígitos para quatro dígitos, com os F-2000, que são a designação da FAB para os Mirage 2000 franceses.
Os caças do programa F-X2
O leitor já deve estar desconfiando, pelo título da matéria, onde queremos chegar com esse assunto. Estamos no início da segunda década do Século XXI e continua sem definição o programa F-X2, cujo objetivo é a incorporação de uma nova aeronave de caça na FAB. Concorrem o norte-americano F-18 Super Hornet, o sueco JAS-39 Gripen (na versão NG) e o francês Rafale.
Se o programa chegar a um vencedor e a lógica das designações anteriores for seguida, é bem provável que, no caso de vitória do F-18 Super Hornet, o novo caça da FAB receba aqui a mesma designação (e provavelmente seguida das letras E e F, como foi o caso com os F-5). Caso vença o Gripen, não haveria surpresa se o víssemos com o designativo F-39 pintado na cauda.
Mas e no caso de uma vitória do Rafale? Que número poderia vir após o “F”? Qual seria a lógica a usar numa hipotética designação? Pode-se até pensar em F-3, devido ao fato desta ser a designação do padrão atual de desenvolvimento do caça, mas isso parece um tanto estranho, pois o F-3 do Rafale (que se seguiu aos padrões F-1 e F-2) fazem alusão muito mais a uma versão, que normalmente recebe letras como A, B, C para marcar novos padrões, e não a um número que indique um tipo diferente (como é o caso de F-14 Tomcat, F-15 Eagle e F-16 Falcon, por exemplo). Haveria precedente histórico, porém, já que no caso do Gloster Meteor da FAB o “F-8” fazia referência a uma versão, a Mk8, e não a um tipo diferente de aeronave.
Esse dilema atormentou o autor desta matéria durante o final de semana, e por isso o Poder Aéreo pede aos seus leitores que tentem ajudá-lo resolvendo a questão, se possível com sugestões que envolvam alguma lógica.
Que número poderia acompanhar uma letra “F” pintada na cauda de um caça Rafale da FAB?