F-5EM: pilones, lançadores e outros detalhes interessantes
Na foto do alto, pode-se ver algo não muito comum em fotos do F-5: as pontas das asas sem os lançadores de mísseis. A maioria dos lançadores já havia sido retirada dos dois caças em exposição quando tiramos essas fotos, no evento “Portões Abertos” realizado em 17 de setembro de 2011 na Base Aérea de São Paulo (comemorativos dos seus 70 anos). Apesar do caça ficar mais bonito nas fotos com os lançadores (e de preferência com mísseis nos mesmos), a retirada desses componentes permitiu dar uma boa olhada nos seus conectores.
Clicando na imagem, pode-se ver também detalhes diversos da modernização do F-5 e de que já falamos em matérias anteriores, como o dispositivo do HMD preso à parte transparente do canopi, a antena de RWR no nariz, a fenda na porta do compartimento da bequilha, e outros que ainda iremos falar, como a sonda de reabastecimento em voo (a foto é de uma aeronave adquirida usada, antes pertencente à USAF, e que só teve o equipamento instalado na recente modernização) e as duas antenas visíveis no dorso.
Mas continuemos com as estações de armamento, mostradas nas duas fotos acima. Na da esquerda, podemos ver dois conectores físicos (nas extremidades) e dois eletrônicos (no meio), para instalação do lançador de míssil da ponta da asa esquerda.
Ainda nessa foto, movendo o olhar pela asa no sentido da fuselagem, vemos a luz de posição esquerda, ou de bombordo, que no padrão internacional é na cor vermelha – comparar com a luz na asa da direita, ou de boreste, visível na foto do alto da matéria, na cor azul. A mesma relação luz vermelha = lado esquerdo/bombordo e luz azul = lado direito/boreste pode ser percebida na luz de posição instalada na fuselagem, junto à entrada de ar, tanto nesta primeira foto do conjunto (luz vermelha) quanto na do alto da matéria (luz azul). Esse padrão de luzes ajuda, à noite, a perceber que lado de uma aeronave (ou de um navio, que também segue esse padrão) está voltado para o observador, bem como, no caso de se ver as duas cores de luzes, se sua rota eventualmente estaria se afastando ou aproximando de quem o observa, o que contribui para evitar colisões.
A foto da direita mostra um pilone de armamento instalado sob a asa esquerda do caça, na estação externa (o F-5 tem pontos para fixação de dois pilones sob cada asa, o mais próximo à fuselagem designa a estação interna, já a estação mais próxima à ponta da asa é a externa). Reparar no comprimento do pilone, o que deixa os conectores para bombas (dois de cada lado, dos quais dois são visíveis nas laterais inferiores do pilone) posicionados bem para a frente da asa. Isso serve para compensar o ligeiro enflexamento da asa (que no projeto do F-5 foi posicionada bem recuada em relação ao comprimento da fuselagem) de forma que o peso do armamento fique mais próximo do centro de gravidade e de sustentação da aeronave.
O pilone interno não está instalado, mas ele é significativamente mais curto que esse, o que deixa sua ponta praticamente alinhada com a do pilone externo, quando ambos são conectados às asas (veja mais na ilustração que fecha esta matéria). Ainda nessa foto, podemos ver uma fenda no pilone que é coberta por um dispositivo retrátil, junto ao flap do bordo de ataque da asa, para que este possa se mover para baixo livremente.
A foto da esquerda, logo acima, mostra outro pilone visto pelo seu lado de fora, com destaque para a impressão de robustez que passam os conectores de armamento (quatro ao todo). Basicamente, esse é um pilone para transporte de bombas e outras cargas pesadas. Ele difere significativamente em tamanho e em detalhes em relação ao pilone utilizado para transportar mísseis (e ao qual é conectado, embaixo, um trilho lançador).
Para os leitores perceberem as diferenças, a foto da direita mostra um outro pilone, destinado ao transporte de mísseis, com trilho lançador de míssil Derby – foto já apresentada anteriormente na matéria “Antes tarde do que nunca: ‘walkaround’ noturno de F-5EM na AFA em… 2010!“. Mas pode-se reparar que o dispositivo retrátil que permite o flap do bordo de ataque abaixar também está presente neste pilone.
Neste conjunto de quatro fotos, logo acima, as duas superiores complementam a comparação dos dois tipos de pilone (para bombas / cargas pesadas e para mísseis), agora vistos de trás. Reparar como o trilho do míssil da foto da direita ultrapassa e muito, para trás, o comprimento do pilone. Notar também as luzes de posicionamento da parte inferior das asas. Na foto da esquerda, especialmente, pode ser visto um aileron abaixado, o que permite ver parte da estrutura lateral do flap, logo ao lado. Já na fuselagem, tem-se uma boa visão de uma das tomadas de ar auxiliares (uma de cada lado) com suas aletas fechadas (veja matérias anteriores desta série para saber mais a respeito), assim como o aviso da posição do local de pivotamento do gancho de parada, que mostraremos mais abaixo.
Nas duas fotos inferiores da série de quatro imagens acima, a ponta e a parte traseira do tanque externo central (que tem capacidade de 1041 litros) podem ser vistas em detalhes, com a foto da esquerda evidenciando o sistema de junção longitudinal de suas partes, e a da direita as aletas aerodinâmicas com seus rebites. Pouco acima dessas aletas, vê-se o lançador de chaff / flares
Falando em chaff / flare, este último conjunto de quatro imagens destaca, nas duas de cima, o lançador dessas contramedidas para mísseis guiados por radar ou por infravermelho. Na da esquerda, pode-se perceber que um prolongamento aerodinâmico do lançador está instalado no lado externo da porta do trem de pouso, aberta. Na foto da direita, vê-se os vários pequenos compartimentos destinados a chaff e flare, assim como a diferença nos seus tamanhos.
A foto inferior esquerda mostra diversos detalhes e avisos impressos no pilone central da fuselagem, e a foto inferior direita mostra o mecanismo de pivotamento do gancho de parada (veja em fotos de matérias anteriores a descrição do local onde este é fixado na estrutura da fuselagem). E, por fim, a cereja do bolo: abaixo, ilustração proveniente da USAF (Força Aérea dos EUA) descrevendo vários dos itens mostrados nas fotos desta matéria e da anterior, que retratou entre outras coisas o trem de pouso.
Amanhã, vamos colocar em evidência, nesta série, um pouco mais do bom e velho poder de fogo de um caça: será a vez de mostrar o canhão do F-5EM. Não perca.
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- Cuidado com o usado!
- … e olha só quem estava na Marginal Tietê!
- E falando em F-5, mais fotos do ‘FAB 4824′ no Domingo Aéreo 2011 da AFA