F-16: cresce o inventário do Chile, diminui o da Holanda
Na segunda-feira, 29 de agosto, o Ministério da Defesa da Holanda divulgou nota sobre a partida, no mesmo dia, de cinco caças F-16 para entrega ao Chile. Os planos eram de que seis caças deveriam deixar a Base Aérea de Volkel para o traslado, mas um não pôde decolar a tempo, devendo deixar a base nesta terça-feira.
Os seis caças são os últimos de um total de 18 aeronaves adquiridas pelo Chile num acordo assindao pelos dois governos em 8 de junho de 2009. Os dois lotes anteriores foram entregues em novembro de 2010 e abril deste ano.
A venda desses 18 caças ao Chile é resultado de medidas de defesa decididas em 2007, que visam liberar verbas adicionais à defesa, procedentes da venda de equipamentos – especialmente peças de artilharia, carros de combate e aviões de caça. Medidas anteriores de cortes, tomadas em 2003, já haviam resultado na venda de outros 18 caças F-16 ao Chile, concretizada em 2006.
O inventário de aviões de combate na Holanda deverá ser diminuído, com essa última venda, de um total de 105 para 87 aeronaves, 14 das quais dedicadas a treinamento.
A vida útil restante dos F-16 na Holanda
O F-16 entrou em serviço na RNLAF (Força Aérea Real Holandesa) no final da década de 1970. No total, 213 caças F-16s foram adquiridos, com o primeiro entregue na Base Aérea de Leeuwarden em6 de junho de 1979 e o último em 27 de fevereiro de 1992.
Segundo o Ministério da Defesa do país, os caças estão se aproximando do fim de sua vida operacional, técnica e econômica. O envelhecimento operacional significa não estar mais apto a enfrentar as novas e futuras circunstâncias operacionais (ameaças diferentes).
A vida útil dos F-16 original era de 20 anos, mas em 1998 o Ministério da Defesa da Holanda decidiu fazer um MLU (Mid-Life Update – modernização de meia vida) para a extensão da vida útil. Em 2008, após diversas reorganizações, mantiveram-se os seguintes esquadrões da aeronave na RNAF: esquadrões 322 e 323 em Leeuwarden e esquadrões 306, 311, 312 e 313 em Volkel.
Espera-se que, por volta de 2015, a mais antiga das aeronaves modernizadas atinja o final de sua vida útil, levando a uma desativação gradual até pelo menos 2023, quando o mais velho F-16 terá aproximadamente 40 anos.
F-35 e a sua escolha como substituto
Como substituto, foi escolhido o F-35 norte-americano, após dois processos de comparação, em 2001 e 2008. No primeiro, competiram seis candidatos, o Rafale F4, oEurofighter Typhoon Tranche 3, o F-35 (JSF), o F-16 avançado, o Saab Gripen C/D e oF/A-18 E/F Super Hornet. Os dois últimos foram rejeitados logo no início e, entre os restantes, o F-35 foi escolhido como a melhor opção pelo melhor preço e a Holanda entrou, em 2002, na fase de desenvolvimento e demonstração de sistema (SDD) da aeronave, embora sem nenhuma decisão de quando adquirir o caça.
Mas continuou-se a analisar os demais candidatos e outra comparação foi realizada em 2008. Estudou-se a volta do F-18 Super Hornet à competição mas, após várias discussões, ele não voltou a figurar oficialmente como um competidor. Já a Saab ofereceu uma nova versão, a NG, e juntou-se aos demais competidores da edição de 2001, respondendo a um questionário focado em preço, qualidade e prazo de entrega. A Dassault e o Consórcio Eurofighter decidiram retirar suas propostas, deixando candidatos apenas o F-35, o Saab Gripen NG e o F-16 avançado. Destes, o F-35 saiu o vencedor, levando-se em conta que, por volta de 2015, seria capaz de realizar todas as missões que os demais candidatos, com sucesso.
FONTE / FOTOS DE BAIXO: Ministério da Defesa da Holanda
FOTO DO ALTO: Força Aérea Chilena (FACh)